terça-feira, 7 de junho de 2011

Não gosto de pedido de desculpas



Pode parecer um tanto quanto esdrúxulo, mas se tem algo que abomino é o pedido de desculpas em momentos errados. Pedir desculpas é assumir um erro que nem sempre cometemos, por exemplo: João pede desculpas a Maria por não gostar dela da forma que ela gostaria. Ora, que culpa tem João de não ter este tipo de sentimento? Maria pede desculpas para João por amá-lo de forma intensa, ora, ora, ora... que culpa tem Maria de amar sem ser correspondida? Nestes casos acho o pedido de desculpas quase um pedido de socorro, ou pior ainda, um pedido para que o mundo se apiede da sua dor, e cá pra nós tem sentimento pior que o da piedade?
Pensando bem tem sim, o sentimento da auto piedade.
A auto-piedade é uma espécie de erva daninha que dificulta as relações e promove medo, a desconfiança, a solidão e a melancolia. A pessoa teme o futuro e lamenta-se do passado. Faz-se vítima até se tornar única em seu sofrimento. Ah! também tem o péssimo hábito de responsabilizar os outros pela sua dor, justificando seu estado. e normalmente passa a distribui-la gratuitamente às pessoas que mais ama, através do pessimismo e do derrotismo, e às vezes, da vingança.
Pessoas assim exigem atenção especial, dão exclusivamente para receber, e querem constantemente a aprovação alheia e à exigência exercida sobre os pensamentos, comportamentos e sentimentos dos outros.
Recolher-se no mundinho de lamentos é a saída mais fácil encontrada pelo auto piedoso, mas é bom lembrar que podemos estar sozinhos e em paz, o que é bom e saudável, mas se a solidão for invadida pela sombra de sentimentos como auto-piedade, o estar sozinho vira tormento, a paz, vira angústia e o “Lá Fora” torna-se ingovernável.


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