terça-feira, 31 de julho de 2007

Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

Pablo Neruda

terça-feira, 24 de julho de 2007


É uma longa mensagem de Victor Hugo, mas se você chegou até aqui, leia-a, pois não vai se arrepender, é uma daquelas mensagens que toca o nosso coração e que nos impulsiona em direção ao futuro.

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
e suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você sesentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga `Isso é meu`,
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar esofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,Não tenho mais nada a te desejar.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ora (direis) ouvir estrelas!



"Ora (direis) ouvir estrelas!
Certo perdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto ...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto, cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "
Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac

Uma das mais lindas poesias da nossa literatura...

domingo, 22 de julho de 2007

Encarando meus moinhos


Nenhum livro de literatura conseguiu durante tanto tempo permanecer vivo no interesse e na admiração das pessoas como Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes. O que deveria ser uma sátira às novelas da cavalaria andante, tornou-se, com o passar dos séculos, uma das obras mais significativas da literatura universal.
Seus dois protagonistas, Dom Quixote e Sancho Pança, tornaram-se símbolos e protótipos de figuras humanas e de suas atitudes na vida real. Habita dentro nós um Dom Quixote e um Sancho Pança, um querendo sobrepor-se ao outro, um armado de lança e escudo pronto para consertar o mundo, o outro o realismo concreto, mas que aceita seguir o amigo na crença de ganhar um ilha e dela se tornar governador.
Que o meu quixotismo permita-me continuar sonhando, pois não sei viver sem ter um sonho decidindo a minha sorte, eu não tenho medo, afinal, sinto-me um Dom Quixote.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Arco íris


Há pessoas que nascem para retratar o amor, para pintar o arco-íris onde quer que vão, para extasiar nossos olhos, encher de ternura nossa alma, para serem incompreendidas, para sofrerem e para serem chamadas de loucas...
Um exemplo disso foi Vincent Van Gogh, que começou a pintar aos 29 anos e morreu aos 37, tendo produzido mais de 800 belíssimas telas, mas que em vida, inacreditavelmente, conseguiu vender apenas uma.
O mundo não o compreendia, como até hoje não compreende muitos daqueles a quem costuma chamar de "loucos".
Longe de querer-me comparar a Van Gogh, pois não tenho nenhuma habilidade para as artes, mas no quesito loucura, temos algo em comum, também já fui taxada de louca e pra esses respondo através da poesia musicada de Rita Lee e Arnaldo Antunes:
Sim, sou muito louca
Não vou me curar
Já não sou o única
Que encontrou a paz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz

Eu sou feliz...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Esvaziando gavetas


Revirando a gaveta na intenção de encontrar uns documentos dei de cara com meu passado. Cartas recebidas, fotos, cartões, extratos bancários, até aquelas antigas passagens aéreas de um passeio antigo e uma carta que nunca enviei.
É espantoso a capacidade que temos de acumular objetos como se através deles pudéssemos reter as recordações.
Certos objetos entulham nossos espaços físicos ,assim como certos sentimentos poluem nossa alma , não dando lugar para coisas novas e não deixando nascerem e florescerem sentimentos bons. Por isso sentí a necessidade de fazer uma faxina na minha gaveta e ao mesmo tempo na alma. É difícil jogar coisas fora, mas temos que aprender a fazer isso. Tudo aquilo que guardamos em excesso, acaba pesando. Então, joguemos esta carga fora, as pessoas, carreguemos em nossos corações. Mas somente aquelas que deixaram sua passagem marcada por flores, delicadezas, carinho e ternura. Aquelas outras que deixaram marcas gravadas à fogo, melhor jogarmos no cesto junto com todas as desnecessárias coisas da nossa gaveta. A dor passa. Como tudo, passa. Então, aproveitemos para nos despojarmos das dores, das mágoas, da raiva, para conseguirmos chegar ao perdão, ou para nos livrarmos de culpas.
Aí poderemos recomeçar , como cada dia recomeça, único, cheio de esperança , mesmo que chova, porque a chuva faz brotar as sementes de uma nova vida.

"Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência.
Acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas,
ao invés de ter noção das vidas dos outros."

Drummond de Andrade

quinta-feira, 12 de julho de 2007




"O que não me mata, me fortalece"


(Nietzsche)

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Amor eterno... Luís Fernando Veríssimo tem a definição...


Romeu e Julieta - A Verdade

Sabem porque Romeu e Julieta são ícones do amor ?
São falados e lembrados, atravessaram os séculos incólumes no tempo, se instalando no mundo de hoje como casal modelo de amor eterno?
Porque morreram e não tiveram tempo de passar pelas adversidades que os relacionamentos estão sujeitos pela vida afora. Senão provavelmente Romeu estaria hoje com a Manoela e Julieta com o Ricardão.
Romeu nunca traiu a Julieta numa balada com uma loira linda e siliconada motivado pelo impulso do álcool.
Julieta nunca ficou 5 horas seguidas esperando Romeu, fumando um cigarro atrás do outro, ligando incessantemente para o celular dele que estava desligado.
Romeu não disse para Julieta que a amava, que ela era especial e depois sumiu por semanas. Julieta não teve a oportunidade de mostrar para ele o quanto ficava insuportável na TPM. Romeu não saia sexta feira a noite para jogar futebol com os amigos e só voltava as 6:00 da manhã bêbado e com um sutiã perdido no meio da jaqueta (que não era da Julieta).
Julieta não teve filhos, engordou, ficou cheia de estrias e celulite e histérica com muita coisa para fazer.
Romeu não disse para Julieta que precisava de um tempo, que estava confuso, querendo na verdade curtir a vida e que ainda era muito novo para se envolver definitivamente com alguém. Julieta não tinha um ex-namorado em quem ela sempre pensava ficando por horas distante, deixando Romeu com a pulga atrás da orelha.
Romeu nunca deixou de mandar flores para Julieta no dia dos namorados alegando estar sem dinheiro.
Julieta nunca tomou um porre fenomenal e num momento de descontrole bateu na cara do Romeu no meio de um bar lotado.
Romeu nunca duvidou da virgindade da Julieta.
Julieta nunca ficou com o melhor amigo de Romeu.
Romeu nunca foi numa despedida de solteiro com os amigos num prostíbulo.
Julieta nunca teve uma crise de ciúme achando que Romeu estava dando mole para uma amiga dela.
Romeu nunca disse para Julieta que na verdade só queria sexo e não um relacionamento sério, ela deve ter confundido as coisas.
Julieta nunca cortou dois dedos de cabelo e depois teve uma crise porque Romeu não percebeu a mudança.
Romeu não tinha uma ex-mulher que infernizava a vida da Julieta.
Julieta nunca disse que estava com dor de cabeça e virou para o lado e dormiu.
Romeu nunca chegou para buscar a Julieta com uma camisa xadrez horrível de manga curta e um sapato para lá de ultrapassado, deixando-a sem saber onde enfiar a cara de vergonha... Por essas e por outras que eles morreram se amando...

(Luis Fernando Veríssimo)

terça-feira, 10 de julho de 2007

Aquarela


Hoje amanhecí cantarolando uma velha canção...


Eu sou o que me pede o coração
Na hora que a saudade me desperta
E me deixa sem razão
Desenho o teu rosto na paisagem
Na face escura da cidade
Te contemplo com a mesma paixão
Como se o último beijo
Fosse o primeiro
Como um romance, um cinema
Assisto ao drama impossível
Sem querer me entregar
A vertigem de perder-te
Te foste como as cores
De uma velha aquarela
Deixaste tantas sombras
Samambaias na janela
Que na lembrança ainda me refazem
Me devolvem teu perfume
Se o passado é tão presente
Em cada instante, cada cena
Não é passado
É somente minha
vida que estancou
E como louca ouço valsasNoites,
beijos na varanda
Tua voz dizer-me coisas
És um soneto antigo.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Ode à Amizade


“Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.”
Falar sobre a amizade não é tarefa fácil, sempre tive essa dificuldade de lidar com as palavras quando procuro expressar minhas emoções.
Hoje prestarei homenagens a três pessoas, três irmãs que a vida me permitiu escolher.
Defini-las é impossível, mas elas se reconhecerão ao ler esta homenagem.
Generosidade – uma palavra que sintetiza o primeiro anjo, sempre disposta a ajudar com sorriso largo, mãos sempre estendidas, ombro sempre à disposição. Juntas, já rimos até chorar e muitas vezes juntas choramos diante dos problemas inevitáveis.
Ao segundo anjo darei como característica a humildade. Sempre por perto desde longas datas nos conhecemos tão bem, que muitas vezes nem precisamos de palavras para nos entender. Ela torce pelas minhas vitórias e sempre tem uma palavra de carinho na hora certa.
O terceiro anjo, distante geograficamente se faz presente nas lembranças e no carinho. É sempre uma festa nossos reencontros, horas a fio a relembrar tempos de faculdade, colocar o presente no tempo presente e a garantia da amizade eterna mesmo com a distância.
Que Deus dê longa vida às essas pessoas para que possam continuar semeando alegria, carinho, ternura e tantos outros sentimentos tão necessários neste mundo de adversidades.

domingo, 8 de julho de 2007

O Caçador de Pipas


Voltei a ler, a desculpa da falta de tempo por muito tempo perseverou numa tentativa de encobrir a preguiça, e vários títulos já foram devorados nos instantes finais da noite antes de me entregar ao sono. Autores vários como Gabriel Garcia Marques, Khalled Housseini, Kathleen McGowan, Jocelino Freitas, Gabriel Chalita, Dan Brown estão me fazendo companhia com títulos e obras interessantes.

Um trecho marcante do livro O Caçador de Pipas:

" Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente uma variação do roubo.(....) Quando você mata um homem, está roubando uma vida. (....) Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos o direito de ter um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça. (....) Não há ato mais infame do que roubar."

Vale a pena se encantar com tal obra.

O amor


"Quando o amor acenar, siga-o ainda que por caminhos ásperos e íngremes.
E quando suas asas o envolverem, renda-se a ele ainda que a lâmina escondida sob suas asas possa feri-lo.
E quando ele falar a você, acredite no que ele diz, ainda que sua voz possa destroçar seus sonhos, assim como o vento norte devasta o jardim.
Pois, se o amor o coroa, ele também o crucifica. Se o ajuda a crescer, também o diminui. Se o faz subir às alturas e acaricia seus ramos mais tenros que tremem ao sol, também o faz descer às raízes e abala a sua ligação com a terra.
Como os feixes de trigo, ele o mantém íntegro. Debulha-o até deixá-lo nu. Transforma-o, livrando-o de sua palha. Tritura-o, até torná-lo branco. Amassa-o, até deixá-lo macio; e então submete ao fogo para que se transforme em pão no banquete sagrado de Deus.
Todas essas coisas pode o amor fazer para que você conheça os segredos do seu coração, e com esse conhecimento se torne um fragmento do coração da Vida."

(Khalil Gibran)

sábado, 7 de julho de 2007

Pacto



Fiz um pacto de coexistência pacífica com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele.

Um dia a gente se encontra...

Velas


Das velas, as chamas

Já se extinguiram;

Do barco, as velas

Já não vejo mais;

Espaços enormes

A serem preenchidos

E o presente a passar

Não oferece cis.

Gaivotas voavam

Enquanto eu me erguia

Do sonho da febre da exaltação

Do amor que eu pensei possuía

Mas eram gaivotas

Em vôos de arribação

Tão longe o barco

As velas um ponto

No infinito

De água e azul solidão

Sem chamas, sem asas

Somente o som aflito

das notas dolentes

de um violão.


E assim fez-se o adeus... e abraçando o mar, ví o arco íris...

Faz tempo que ninguém mais duvida do poder e da capacidade das mulheres. A revolução feminista já foi - as mudanças sociais que ela propôs estão em curso, e muitas já viraram fato consumado. Depois dessa quebra radical com os estatutos conservadores da família, do sexo e do mercado de trabalho, desenrola-se com delicadeza outra onda de transformações, tão importantes quanto o advento da pílula ou a chegada das mulheres a altos postos de grandes corporações. Na atual revolução feminina, o objetivo é resgatar a suavidade perdida ao longo do trajeto rumo à independência e ao poder. Era preciso endurecer para abrir espaço no mundo masculino. Só que, agora, o sucesso que nos dá status profissional e dinheiro nos tira a possibilidade de viver uma relação bacana ou a maternidade com qualidade.

Queremos tudo - não como as supermulheres dos anos 80, mas como pessoas que têm diversos interesses, facetas e paixões.

Se continuamos a ser o sexo frágil? Sim, continuamos... mas sem medo do futuro, sem medo de lutar, sem medo de ir sempre adiante.

Gosto de ser assim, sexo frágil sem ser fragilizada. Doce na medida certa...

E viva a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade - bases para uma revolução muito feminina!




Que pretendias tu

quando brincavas com estrelas

se sabias que

nunca poderia tê-las?

Que pretendias

quando brincavas com orvalho

se bem sabias

que a dor é teu agasalho?

Que pretendias, sonhador

quando brincavas com flores?

Não sabia que são efêmeras

tais quais os amores?

Agora, explica por que

te consomes no fogo da ansiedde

se tu soubestes sempre

que amar é sofrer,

"não possuir", é só saudade?



sexta-feira, 6 de julho de 2007

Momento poético


Torne ao ostracismo de onde vieste!

Não tens o direito de invadir assim meus pensamentos.

És nada.

Por que tentas ser meu tudo?

És alienígena.

Que queres em meu mundo?

De tudo que vivemos, antes nada tivesse sobrado,

Mas restou o escombro de mim, sem espólio, derrotado .

E do melhor de mim que roubaste,

a saudade é o fantasma que deixaste.


Essa eu roubei do blog do meu amigo doce e querido


Jacques Chatteau

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Mulher abstrata


Sou quem sou, simplesmente mulher, não fujo, nem nego,

Corro risco, atropelo perigo, avanço sinal, ignoro avisos.

Procuro viver, sem medo, sem dor, com calor, aconchego,

Supro carências, rego desejos, desabrocho em risos...

Matéria cobiçada... na tez macia, no calor ardente.

Alma pura, envolta em completa fissura.

Sem frescuras!

Encontro prazer na forma completa, repleta, latente.

Meretriz sem pudor,mulher no ponto, uva madura!

Sou quadro abstrato, me entrego no ato à paixão que aflora.

Sou enigma permanente, sem ponto final, sem continências,

Sou mulher tão somente, vivendo o momento, sorvendo as horas.

Sou pétala recolhida, sem forma, sem cor, completa em essência.

Exalo a esperança, transpiro vontades.

Não me tenhas senhora.

Sou mulher insolúvel, nada volúvel.

Vivo a vida em reticências...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

O merecido sucesso


Este é Jocelino Freitas, autor do livro O Cristo da Periferia, colhendo os louros do sucesso em noite de autógrafos.

O Cristo da Periferia

Depois de quase dois meses de férias, no início deste ano ao retornar para casa e recolher a correspondência deparei com uma agradável surpresa: Um envelope contendo o livro O Cristo da Periferia do meu doce e querido amigo de longas datas Jocelino Alves de Freitas. Confesso que fiquei emocionada, pois sabia do seu desejo da publicação da obra, obra que tive o prazer de ler antecipadamente, em doses homeopáticas enviadas via email.
Receber o livro assim prontinho foi como receber um presente há muito sonhado, e reli novamente com o coração agradecido. É gratificante a leitura do Cristo da Periferia que enriquece a nossa literatura com uma mensagem de paz e esperança.
Sinopse da obra:
Paulo, um repórter iniciante, é escalado para fazer uma matéria sobre Emanuel, carpinteiro que mora numa vila da periferia e que dizem ser a reencarnação Jesus Cristo. Lá chegando, encontra uma pessoa aparentemente normal, que nega qualquer santidade. Mas Emanuel não tem nada de normal. Dono de uma inteligência superior e conhecimento surpreendente para um simples carpinteiro, logo de início lê os pensamentos do repórter. Com o tempo o Cristo da periferia vai tomando consciência de seus poderes, enquanto Paulo segue seus conselhos e cresce na profissão, chegando a editor-chefe e apresentador de um telejornal. Dez anos depois, Emanuel é espancado até a morte numa delegacia. Paulo, então, começa a investigar as causas do seu assassinato. Acaba se envolvendo perigosamente com os mandantes da morte do Cristo da periferia. Você vai se encantar com este romance.
O final é surpreendente.
Obrigada Jô! Sucesso!

Este amor por ti


Mais lindo que raio de sol,

que estrela cadente,

que noite de luar,

que luz iridescente

é o teu olhar.


Mais doce que mel,
Mais quente que o verão
Mais suave que a canção
Da brisa na folhagem,
Mais serena que a tarde
No seu passar vagaroso
É a tua voz tentando
Dar-me coragem
Nesta lida constante.

Mais, muito mais te amo.
Mais forte que a dor
De não saber compreender
Os meus dilemas eternos,
Os meus soluços sofridos,
Não contidos,
Mais forte que a necessidade
Da tua presença é

Este amor por tí

terça-feira, 3 de julho de 2007

Eternamente responsável


Antoine de Saint-Exupéry, escreveu o Pequeno Príncipe para crianças? Não sei não. Acredito que, na verdade, perdido no deserto, escreveu um manual de sobrevivência para os “príncipes” inocentes que não conhecem as armadilhas do mundo...


Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. E eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, a cada dia, te sentarás mais perto..." "Mas se me cativares,minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música".
... "Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que fez tua rosa tão importante".
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti . E eu amarei o barulho do vento no trigo..."