sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Adoro Cecília Meireles, suas poesias são sentimentais, sem serem piegas, simples sem serem comuns.
O poema abaixo, intitulado Epigrama, talvez numa primeira leitura chama inicialmente a atenção quanto ao seu tom – familiar ao leitor de Cecília: um tom de aceitação e resignação diante da perda e da dor que a perda acarreta. Em vez de lamúria e lamento, o eu-lírico apresenta uma atitude diante da experiência de fracasso que pode ser caracterizada como estóica1, dada à rigidez e impassibilidade ante a vivência adversa de dor, provocada pela queda.
O epigrama de Cecília nos faz ouvir “ecos” do senso comum, que ensina que ser adulto é assumir as responsabilidades e conseqüências dos atos que se praticam (ainda mais, quando sabemos de antemão o que deles resulta). O poema constitui uma ilustração clara do aprendizado da “lição”: “Fiquei sem poder chorar quando caí”.

Epigrama nº 8
Encostei-me a ti, sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso,
e dei-me ao teu destino, frágil,
Fiquei sem poder chorar quando caí.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008


Enfim, após uma semana tumultuada de preparativos e viagem, estou de volta ao meu “lar doce lar”! E como é bom estar aqui!
Estive no Rio de Janeiro - que continua lindo!!! Participando de uma palestra com Patrick Moore, um dos fundadores do Greenpeace – uma das organizações ambientais mais influentes do mundo e que hoje defende temas como a segurança da energia nuclear à dos transgênicos - temas antes combatidos de forma veemente por ele. Moore diz que a energia nuclear é uma das saídas para as mudanças climáticas porque os reatores não emitem gás carbônico, principal responsável pelo aquecimento da Terra, o que lhe valeu o título de "Eco Judas" pelos ex companheiros da ONG.
A palestra foi extremamente interessante e quando tanto se fala da contaminação da água pela radiotividade de urânio eu diria que foi acima de tudo, esclarecedora.
Mas o melhor de tudo é estar em casa, visto que odeio a impessoalidade de quartos de hotel.
Sou péssima fotógrafa, mas captei esse imagem linda e emocionante quando sobrevoava a Baía de Todos os Santos, claro que que as lentes da minha máquina digital deixaram a desejar, mas esse azul me deixou de queixo caído e compartilho com você.

sábado, 15 de novembro de 2008

Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu
Eu sou o teu segredo mais oculto
Teu desejo mais profundo, o teu querer
Tua fome de prazer sem disfarçar
Sou a fonte de alegria, sou o teu sonhar
Eu sou a tua sombra, eu sou teu guia
Sou o teu luar em plena luz do dia
Sou tua pele, proteção, sou o teu calor
Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor
Eu sou tua saudade reprimida
Sou o teu sangrar ao ver minha partida
Sou o teu peito a apelar, gritar de dor
Ao se ver ainda mais distante do meu amor
Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Nesta mente que pensa grande
Tem um cantinho onde guardo anjos
Campos da minha infância
Rosas de primavera, sorrisos guardados
Juras de amor não faladas.

Tem meu berço, minha casa,
Poemas com perfumes bons,
Dois sonhos não realizados
Um sol, uma lua e muita saudade
Perguntas que ainda me faço
Silêncio e muito barulho
Longos passeios no passado.

Tem alma, que é somente minha
Flores despedaçadas, pétalas espalhadas
Braços aquecidos de tanto carinho
Tem deuses, amigos e muita chuva
Cartas escritas em pensamentos.

Num cantinho da minha mente
Tem você...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Rodar a baiana pode até ser chique



Há um momento em que algo incomoda tanto, mas tanto, que, de repente, sem pensar nas conseqüências, a vontade é de botar a boca no mundo e armar o maior barraco.
Há momentos em que este tipo de atitude é perfeitamente aceitável no que se refere ao comportamento. Principalmente quando quem errou primeiro, quem foi mal educado e deselegante foi a outra parte.
Não se trata de pagar na mesma moeda mas, quando os outros ultrapassam seus limites, invadem nosso território ou simplesmente abusam da nossa paciência, é o caso de mostrar, sim, de maneira mais radical, o quanto isto é inaceitável.
• Você está com seu namorado(a) ou marido e outra pessoa dá em cima de seu amor descarada e ostensivamente. Na primeira vez você finge que não viu ou ouviu. Na segunda, olha muito feio. Mas, na terceira…
• Bêbados. Ocasionais ou não, exigem sempre medidas drásticas.
• Prepotência - não há nada pior: aquelas pessoas que acham que podem tudo e fazem a linha " Você sabe com quem está falando?"
E, como não tem uma boa compreensão das relações humanas, normalmente, acabam atendendo apenas no grito - fazer o que?
• Você esperou mais de quinze minutos por aquela vaga no estacionamento e, quando vai dar ré, chega um apressadinho "ishpérto" por trás e embica antes de você… Dá pra deixar barato?
• O namoro está ótimo: vocês se dão lindamente, a paixão flui legal, os dois são super companheiros etc. Aí, um dia, sem mais nem menos, seu amor pede "um tempo para pensar". Pode ser pior?
Nestes e, em tantos outros momentos, é impossível manter a calma.
Na verdade, reações assim só se justificam como uma resposta a algum abuso. O fato de fazer valer nossos direitos, colocar claramente o que pensamos, mostrarmos enfim, que não temos sangue de barata. Ao contrário: se conseguirmos, além de expressar nossa indignação faze-lo com uma certa classe, sem perder a compostura, conquistaremos o respeito de quem provocou as crise e, certamente, a simpatia dos demais presentes.