quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Sou assim


Eu???
Sou complicada, difícil de se aturar, mas garanto que vale a pena.
Posso dizer que sou minha maior crítica. Alguns diriam que sou muito séria e braba... outros me acham uma tremenda palhaça.
Não sou uma pessoa de meio termos... sou de extremos... ou eu amo ou eu odeio...
As vezes (e só as vezes) não sei mentir.
... Brigo quando não estou satisfeita, sou muito ciumenta, gosto de DANÇAR e não sei cantar.
Sou viciada em política... até tento me manter neutra nesse campo, mas não consigo.
Desanimo facilmente quando não vejo resultados, mas estou trabalhando nessa área.
Amo minha família... tão maravilhosamente maluca.
Canto pra ficar feliz e pra espantar a carga negativa.
Gosto de ser paparicada, sou muito exigente (as vezes me torno chata), tenho reações imprevisíveis.
Tenho receio da solidão,
Medo de rejeição
e pavor de envelhecer!
Não sei perder!!!! - mas disfarço legal.
Magoei pessoas que mereceram.
Magoei pessoas que não mereciam.
Não sei contar piada.
Quando gosto de uma música escuto por várias vezes até aprender a cantar.
Sou exagerada!!!
Nunca quebrei um osso, mas já quebrei muito a cara.
As vezes sou cruel, falo pra machucar de propósito.
As vezes sou má.
As vezes chego a ser péssima (não me pisa que eu te esmago!)
Sou desconfiada, mas acabo sempre acreditando nos outros.
Nunca usei drogas... mas sou viciada em um monte de porcaria como Big mc e Coca Cola, rs...
Pra finalizar, admito: sou esquentada, mas dá pra levar.
Fora tudo isso, sou uma mulher carismática, cômica, e claro: dramática!
Por vezes carente, outras estúpida... às vezes apática, na maioria simpática.

Eu sou assim: ÚNICA!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O Guardião de Memórias


Terminei de ler meu último livro do ano - O Guardião de Memórias, presente de Nina pelo meu níver. A trama é realmente interessante conta a fascinante história sobre vidas paralelas, famílias separadas pelo destino, segredos do passado e o infinito poder do amor verdadeiro. A autora - Kim Edwards, explora as sutilezas das relações humanas e os dilemas de uma família que tenta seguir adiante, apesar de despedaçada. Ao mesmo tempo comovente e perturbador, O Guardião de Memórias é um livro inesquecível.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008



Os Natais da infância nunca são esquecidos, os meus têm o cheiro da saudade, o gosto dos bolos da minha da avó, e do olhar da minha mãe. Era um dia que não precisava de nada para ser especial, simplesmente porque era Natal. O Natal era diferente. E é impossível fugir do saudosismo nessa época! Pois com o passar dos anos, em que tantas coisas e pessoas passaram e partiram, o Natal também mudou seu tom, suas cores, suas luzes.
Lembro do pinheiro enfeitado com suas bolas coloridas no canto da sala, minha avó fazia questão de armar a cada ano uma árvore mais bonita e não economizava enfeites. Se eu pudesse traria de volta aquelas luzes e cores de volta...
Muitas vezes me pego pensando como aquela menina que um dia fui, encantada com as luzes natalinas. Ainda gosto de ver as casas iluminadas e a cidade igualmente irradiando luzes e cores. E também gosto muito de escrever cartões e enviar às pessoas que gosto, de eternizar aquele Natal com palavras de amor e amizade. Muitas são as lembranças natalinas, que abrigam abraços, beijos, confraternizações de família e amigos, promessas de dias melhores e sonhos jamais esquecidos. Luzes que são acesas a cada ano, com a chegada do Natal. Luzes que brilham em todos os lugares onde se acredita na renovação da vida e no futuro.
FELIZ NATAL!!!

Reflexão de final de ano




O final do ano aproximou-se a passos largos.
Olhando para trás, parece que ainda ontem estava a comemorar o início de 2008.
O ano passou rápido e eu quero agradecer por ele.
Agradecer pelas novas pessoas que conheci. Pelas forças que conseguir reunir para ultrapassar todo e qualquer problema que surgiu. Pela minha ambição e perseverança. Agradecer à família e aos amigos que estiveram sempre do meu lado. E agradecer a mim, que sempre consigo reunir forças quando julgo perdidas.
O Natal e o fim do ano sempre representaram um tempo de reflexão e refletir pode significar, também, aprender com os erros e crescer.
Neste ano ganhei coisas que nunca pensei ganhar. Tive vitórias e algumas derrotas.
Aguardo 2009 com expectativa. Há coisas que sei que não vou conseguir ganhar com facilidade, mas ainda não me sinto capaz de desistir.
Quero aprender mais este ano. Aperfeiçoar-me como pessoa e como profissional.
Jogar fora tudo o que não me serve mais, aquela calça que não entra há meses e não vai entrar tão cedo, por que prefiro comer a fazer dieta; aquela blusa que comprei e depois concluí que a cor não me favorece; aquele sapato que machuca o meu pé e ainda tenho esperança que o couro amacie depois de umas trocentas bolhas; aquelas revistas sobre modas e a fins, que nunca mais voltei a folhear; enfim, tudo que está parado ou que não me acrescenta um pingo de energia ou uma dose de contentamento.
Desejo que o ano novo seja realmente novo!
Que os sonhos, até mesmo o mais antigo encontre abrigo nesse ano que vai nascer...
Que a gente aprenda a ser mais gente, e a hipocrisia diminua, e que as esperanças... Ah, as esperanças! Sejam grandes, cada vez maiores
E o pão, que seja suficiente, para mim e para o meu irmão, e se não for, se a fome persistir que Deus nos dê o dom de repartir...
No mais, só peço mais uma vez a Deus Nosso Senhor Todo Poderoso:
- Não nos abandone ainda, dê-nos outra chance, para que façamos do mundo, o paraíso glorioso...
...que o Senhor teve intenção de nos doar...
Feliz 2009!!!!!!






segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


É sempre bom voltar voltar para casa, acho que o melhor da viagem é o retorno. Apesar de ter ficado poucos dias fora, confesso que a saudade já estava enorme, chego a conclusão que não existe melhor lugar no planeta que o nosso cantinho, nosso mundo particular, nossa casa.
De tudo, o que mais valeu a pena nessa minha viagem foi a palestra proferida por Duda Mendonça. Tá bom, o cara já foi preso durante uma operação da Polícia Federal de repressão às rinhas de galo num sítio no Rio de Janeiro em 2004 e em março de 2006 teve seu nome envolvido na CPI dos Correios, tá bom que ele mesmo disse em alto e bom som que ganhou muito dinheiro do PT (que inveja...), mas uma coisa não tem como negar: a sua competência e criatividade elementos visíveis nas suas campanhas e durante a palestra, Duda falou de tudo, conduzindo os presentes pelos bastidores
do mundo político e pelos processos criativos da propaganda, mostrando como planejar uma campanha política, como se faz um programa político para televisão, o que se espera de um jingle, como os candidatos devem se comportar num debate, como a ideologia, o marketing e a propaganda podem convergir para um mesmo fim. Foi uma aula e tanta para esta eterna aprendiz. Ave, Duda!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Época de metamorfose.

Os estudiosos da metamorfose dizem que não apenas larvas se transformam em borboletas. Para nosso espanto as próprias pedras passam também por silenciosas metamorfoses.

Enfim, parece que estamos condenados à metamorfose. Morrer várias vezes e várias vezes renascer. Até que, enfim, cheguemos à metamorfose final, onde o que era sonho e carne se converte em pó.

Mas que fique sempre no azul o imponderável vôo da águia.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Meu tempo é hoje


Aniversários são a mais imples representação da passagem do tempo - fazem a gente refletir sobre a trajetória e sobre o tempo em todas as suas dimensões. Sobre o valor do tempo e o peso da sua escassez, mal do século. Quando Vinícius de Moraes escreveu "Meu Tempo é Quando" deixou suspensas interogações e infinitas possibilidades. Parafraseando o poeta, eu escreveria "Meu Tempo é Hoje" , concreto, palpável, finito, veloz. É assim que me vejo, sempre correndo atrás da agenda que não cumpri, da atenção que não dei à mi8nha família como gostar5ia, dos compromissos aos quais faltei, dos telefonemas que não dei, da palavra amiga que deixei de dizer na hora certa... hoje, depois de outro hoje, depois de outro ainda mais urgente hoje. E para que?
O tempo é senhor de todas as coisas, impossível fugir ou ignorar, e para responder essa pergunta resolvi comemorar meu aniversário refletindo sobre o tema, será o meu o meu presente. E para começo de conversa preciso parar com a mania de acumular coisas... eis que é chegado o momento de começar a abrir mão, jogar fora o que não serve, dispensar, mudar minha inserção no tempo.
Feliz Aniversário para mim!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Adoro Cecília Meireles, suas poesias são sentimentais, sem serem piegas, simples sem serem comuns.
O poema abaixo, intitulado Epigrama, talvez numa primeira leitura chama inicialmente a atenção quanto ao seu tom – familiar ao leitor de Cecília: um tom de aceitação e resignação diante da perda e da dor que a perda acarreta. Em vez de lamúria e lamento, o eu-lírico apresenta uma atitude diante da experiência de fracasso que pode ser caracterizada como estóica1, dada à rigidez e impassibilidade ante a vivência adversa de dor, provocada pela queda.
O epigrama de Cecília nos faz ouvir “ecos” do senso comum, que ensina que ser adulto é assumir as responsabilidades e conseqüências dos atos que se praticam (ainda mais, quando sabemos de antemão o que deles resulta). O poema constitui uma ilustração clara do aprendizado da “lição”: “Fiquei sem poder chorar quando caí”.

Epigrama nº 8
Encostei-me a ti, sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso,
e dei-me ao teu destino, frágil,
Fiquei sem poder chorar quando caí.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008


Enfim, após uma semana tumultuada de preparativos e viagem, estou de volta ao meu “lar doce lar”! E como é bom estar aqui!
Estive no Rio de Janeiro - que continua lindo!!! Participando de uma palestra com Patrick Moore, um dos fundadores do Greenpeace – uma das organizações ambientais mais influentes do mundo e que hoje defende temas como a segurança da energia nuclear à dos transgênicos - temas antes combatidos de forma veemente por ele. Moore diz que a energia nuclear é uma das saídas para as mudanças climáticas porque os reatores não emitem gás carbônico, principal responsável pelo aquecimento da Terra, o que lhe valeu o título de "Eco Judas" pelos ex companheiros da ONG.
A palestra foi extremamente interessante e quando tanto se fala da contaminação da água pela radiotividade de urânio eu diria que foi acima de tudo, esclarecedora.
Mas o melhor de tudo é estar em casa, visto que odeio a impessoalidade de quartos de hotel.
Sou péssima fotógrafa, mas captei esse imagem linda e emocionante quando sobrevoava a Baía de Todos os Santos, claro que que as lentes da minha máquina digital deixaram a desejar, mas esse azul me deixou de queixo caído e compartilho com você.

sábado, 15 de novembro de 2008

Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu
Eu sou o teu segredo mais oculto
Teu desejo mais profundo, o teu querer
Tua fome de prazer sem disfarçar
Sou a fonte de alegria, sou o teu sonhar
Eu sou a tua sombra, eu sou teu guia
Sou o teu luar em plena luz do dia
Sou tua pele, proteção, sou o teu calor
Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor
Eu sou tua saudade reprimida
Sou o teu sangrar ao ver minha partida
Sou o teu peito a apelar, gritar de dor
Ao se ver ainda mais distante do meu amor
Sou teu ego, tua alma
Sou teu céu, o teu inferno a tua calma
Eu sou teu tudo, sou teu nada
Eu sou o teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida, sou meu eu em você

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Nesta mente que pensa grande
Tem um cantinho onde guardo anjos
Campos da minha infância
Rosas de primavera, sorrisos guardados
Juras de amor não faladas.

Tem meu berço, minha casa,
Poemas com perfumes bons,
Dois sonhos não realizados
Um sol, uma lua e muita saudade
Perguntas que ainda me faço
Silêncio e muito barulho
Longos passeios no passado.

Tem alma, que é somente minha
Flores despedaçadas, pétalas espalhadas
Braços aquecidos de tanto carinho
Tem deuses, amigos e muita chuva
Cartas escritas em pensamentos.

Num cantinho da minha mente
Tem você...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Rodar a baiana pode até ser chique



Há um momento em que algo incomoda tanto, mas tanto, que, de repente, sem pensar nas conseqüências, a vontade é de botar a boca no mundo e armar o maior barraco.
Há momentos em que este tipo de atitude é perfeitamente aceitável no que se refere ao comportamento. Principalmente quando quem errou primeiro, quem foi mal educado e deselegante foi a outra parte.
Não se trata de pagar na mesma moeda mas, quando os outros ultrapassam seus limites, invadem nosso território ou simplesmente abusam da nossa paciência, é o caso de mostrar, sim, de maneira mais radical, o quanto isto é inaceitável.
• Você está com seu namorado(a) ou marido e outra pessoa dá em cima de seu amor descarada e ostensivamente. Na primeira vez você finge que não viu ou ouviu. Na segunda, olha muito feio. Mas, na terceira…
• Bêbados. Ocasionais ou não, exigem sempre medidas drásticas.
• Prepotência - não há nada pior: aquelas pessoas que acham que podem tudo e fazem a linha " Você sabe com quem está falando?"
E, como não tem uma boa compreensão das relações humanas, normalmente, acabam atendendo apenas no grito - fazer o que?
• Você esperou mais de quinze minutos por aquela vaga no estacionamento e, quando vai dar ré, chega um apressadinho "ishpérto" por trás e embica antes de você… Dá pra deixar barato?
• O namoro está ótimo: vocês se dão lindamente, a paixão flui legal, os dois são super companheiros etc. Aí, um dia, sem mais nem menos, seu amor pede "um tempo para pensar". Pode ser pior?
Nestes e, em tantos outros momentos, é impossível manter a calma.
Na verdade, reações assim só se justificam como uma resposta a algum abuso. O fato de fazer valer nossos direitos, colocar claramente o que pensamos, mostrarmos enfim, que não temos sangue de barata. Ao contrário: se conseguirmos, além de expressar nossa indignação faze-lo com uma certa classe, sem perder a compostura, conquistaremos o respeito de quem provocou as crise e, certamente, a simpatia dos demais presentes.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sou amiga dos ventos
Sou amante dos mares
Sou bem-vinda nos lugares
Aonde vou

Sou a força da terra
Sou a luz dos luares
Sou a chama nos altares
Do amor

Não que algo aconteça
De especial comigo
Que eu possua mil poderes
Celestiais
Nem que eu seja dotada
De um saber feiticeiro
Protegida dos potentados
Astrais

O que eu trago é mais simples
É banal como a chuva
Natural como uma uva
Ter sabor
Vem da vida o mistério
Dessa facilidade
De ser tudo e nada disso
Ter valor

quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Acredite

Acredite nas pessoas... Naquelas que possuem algo mais... Aquelas que, às vezes, a gente confunde com anjos e outras divindades... Digo daquelas pessoas que existem em nossas vidas e enchem nosso espaço com pequenas alegrias e grandes atitudes... Falo daquelas que te olham nos olhos quando precisam ser verdadeiras, tecendo elogios, que pedem desculpas com a simplicidade de uma criança...
Pessoas firmes... Verdadeiras, transparentes, amigas, ingênuas... Que com um sorriso, um beijos, um abraço, uma palavra de faz feliz... Aquelas que erram... Acertam... Não tem vergonha de dizer não sei... aquelas que sonham... Aquelas amigas... Aquelas que passam pela vida deixando sua marca, saudades, aquelas que fazem à diferença... Aquelas que vivem intensamente um grande amor...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração



Saudade da minha bolinha de pêlos...

Essa é a minha praia e eu amo muito tudo isso




Ah! Imagina só, que loucura essa mistura. Alegria, alegria é o estado, que chamamos Bahia. De todos os santos, encantos e axé. Sagrado e profano, o baiano é: carnaval...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem vários amores, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando.
E termina tudo com um ótimo orgasmo! Não seria perfeito?

Coisas que a vida ensina depois dos 40



Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para
mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que
abrem portas para uma vida melhor
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...
Artur da Távola

sábado, 11 de outubro de 2008

Suivez tranquillement entre l'agitation et la hâte,
Rappelez-vous que la paix est toujours en silence.
Dans la mesure du possible sans humilité lui-même,
Restez en harmonie avec tout ce qui l'entoure.
Parlez de votre vérité, de façon claire et doucement.
Écouter de la vérité des autres, car ils ont aussi leur propre histoire.
Évitez les gens agités et agressifs: ils frappent nos esprits.
Ne pas comparer à l'autre, à la recherche de personnes comme supérieures ou inférieures à vous: que le superficiel et à devenir amer.
Vivant intensément leurs idéaux et ce que vous avez accompli.
Gardez l'intérêt de son travail, car il est plus humble,
Il est un véritable trésor en période de changement continue.
Soyez prudent dans tout ce que nous faisons, parce que le monde est plein de pièges.
Mais ne soyez pas aveugle à la bonne qui existe toujours.
Partout, la vie est pleine d'héroïsme.
Soyez vous-même.
Surtout, il simule l'affection et l'amour ne deviendra pas une blague,
donc, au milieu de tant de sécheresse, il est vivace comme l'herbe.
Acceptée avec soins, les conseils des personnes âgées et est favorable à l'innovation des impulsions de la jeunesse.
La montée en puissance de l'esprit et vous êtes prêt
pour faire face aux surprises des effets indésirables sort.
Ne paniquez pas, avec les dangers imaginaires:
Beaucoup de craintes ont leurs racines dans la fatigue et la solitude.
À côté de maintenir une saine discipline,
de le tenir occupé, une immense gentillesse.
Vous êtes le fils de l'univers, le frère des étoiles et des arbres, vous méritez d'être ici et, même si vous ne pouvez pas comprendre, la terre et l'univers de remplir son destin.
Rechercher, par conséquent, être en paix avec Dieu, quel que soit le nom que vous lui donner.
Au milieu de travail et leurs aspirations à l'épreuve exigeante de chemin de la vie,
magasin, au plus profond de son être, l'harmonie et la paix.
Au-dessus de toutes les saletés, le mensonge et la désillusion, le monde est toujours beau.
Marcher avec soin, tout faire pour être heureux
et partager avec d'autres leur bonheur.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


Segue o teu destino,
Rega a tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Ricardo Reis

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

amizade

Outro dia, vasculhando sites sobre cachorros, mais precisamente sobre a raça rottweiler, deparei com uma frase de Erich Kastner (poeta e novelista alemão)que disse um dia: O cão é fiel quando há tempestade; o homem nem sequer quando há vento. Não poderia estar mais de acordo. No entanto, se pudesse dar um toque pessoal nesta frase ou pensamento, usaria a palavra brisa ao invés de vento. Foi com pequenas brisas que, assisti a pessoas a mudar de rumo, a procurar outros portos de abrigo, a não honrarem os seus compromissos e a trocar a palavra amizade por ambição.
Quantos amigos não se perderam no tempo, muitas vezes por motivos banais e outras vezes até sem motivo algum? Quantos amigos nos viraram as costas quando mais precisávamos deles? E quantos outros simplesmente nos ignoraram num momento de adversidade?
Não me julguem uma pessoa descrente do sentimento de amizade, eu acredito sim, tanto é que me alegra o fato de ter verdadeiras amizades, pessoas que moram em meu coração, poucas pessoas é verdade, pois nunca fui de ter muitos amigos, sempre preferí a qualidade à quantidade e sei que sou afortunada neste quesito, soube escolher de forma certeira essas pessoas.
Por isso detesto aquele tipo de pessoa que chega com voz mansinha, se fazendo de santo, tentando nos ludibriar.
Descobri que não há espaço pra falsidade na minha vida.
Definitivamente eu tenho escudo contra pessoas falsas, porque de todos que vacilaram comigo, não me deixaram mais do que arranhões. E aos que me apunhalaram pelas costas, só tenho a dizer..."faça melhor, porque ainda estou de pé".
E que fique claro, não é uma praga, é apenas um fato...
Não terás nada além daquilo que me desejares! É uma lei, vivo nessa lei... independente do que me desejar, vai te voltar, e em triplo!
Não é amargura... é descontentamento.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

No clássico Alice através do espelho, do escritor inglês Lewis Carroll, há uma interessante passagem em que Alice conversa com a Rainha Branca a respeito do futuro e do passado. A Rainha oferece a Alice um salário para que esta se torne sua dama de honra, salário este que inclui uma dose de saborosa marmelada todo dia de ontem e de amanhã. Alice se mostra confusa: o ontem já passou,o amanhã está por vir. Como vivemos sempre o presente, ela nunca veria a geléia. A Rainha diz, então: “Mas isto é o que ocorre quando se vive para trás. No começo agente sempre fica um pouco confusa”. O tempo nos confunde assim como confundiu a Rainha Branca e a pobre Alice, o tempo é infindável para aqueles que sempre estiveram ali e que nunca foram vistos.
O tempo é infindável para os compulsoriamente solitários. O tempo dos angustiados, dos esperançosos. Dos aflitos. Dos idiotas. Dos perdidos. Dos enamorados. Dos desiludidos. Dos loucamente encantados. Dos vadios. Dos que ainda esperam. Dos que desesperam. Dos que não suportam. Dos que quase gritam pelo amor que se perde. Dos malditos. Dos bêbados. Dos sóbrios. Dos ingênuos. Dos maliciosos.

Eu acredito em Deus!!

Eu acredito em Deus!!
Mas não sei se o Deus em que eu acredito, é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro, o bispo ou pastor....
O Deus em que acredito não foi globalizado.
O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém.
É uma idéia, uma energia, uma eminência.
Não tem rosto, portanto não tem barba.
Não caminha, portanto não carrega um cajado.
Não está cansado, portanto não tem trono.
O Deus que me acompanha não é bíblico.
Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova.
O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.
O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos.
Não distribui culpas a granel: as minhas são umas, as do vizinho são outras. Nossa penitência é a reflexão.
O Deus em que acredito não me abandona, mas me exige mais do que uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros.
A cruz pesa onde tem que pesar: dentro. É onde tudo acontece e Este é o Deus que me acompanha. Um Deus simples.
Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante, sabe tudo e vê tudo.
Meu Deus é discreto e otimista.
Não se esconde, ao contrário, aparece principalmente nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: de um abraço numa amizade, uma música na hora certa, um silêncio.
O Deus que eu acredito também não inventou o pecado, ou a segregação de credo.
E como ele me deu o Livre-Arbítrio, sou eu apenas que respondo e responderei pelos meus atos.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabes que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu

Cecília Meireles

domingo, 28 de setembro de 2008


Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta!
Luiz Fernando Veríssimo

sábado, 27 de setembro de 2008

Simplicidade



Filme embaixo da coberta, sorvete de chocolate, sentir o vento, olhar o céu, desejar tocar estrelas, uma foto, um pássaro, um dia de sol, cheiro de chuva, um abraço, uma tarde com amigos, aula terminada mais cedo, sair pra dançar, ou quem sabe dançar um forró. E porque não? Mudar a rotina. Sentir o cheiro, sentir saudades, sair com o cachorro,levar o gato pra passear (eu levava o meu), pular de uma ponte, fazer promessas, cortar o cabelo, cheirar uma flor, comer chocolate e depois ter dor de barriga. Aceitar o amor, entender um sorriso, saber perdoar, AMAR. Sentir a necessidade de ter alguém ao seu lado e acima de tudo valorizar esse alguém. Amar. São poucos os que amam. A sensação de consciência tranqüila, o desamor sem peso, de ser feliz sem precisar de alguém, ser feliz por essas pequenas coisas.. Ser feliz com a simplicidade. As virgulas da vida, os tropeços, os erros. A sensação de um sonho realizado, o gostinho das brigas com seus irmãos, os conselhos da sua avó, o sorriso de uma criança. A simplicidade. Acho que por amar a simplicidade, sou feliz, por não precisar de muito, nem muitos pra desfrutar dessa sabedoria. Até porque a felicidade está em você e não naquilo que você idealiza.
Acho a maior graça. Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...
Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.
Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.
Prazer faz muito bem.
Dormir me deixa 0 km.
Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.
Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.
Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.
Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.
E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.
Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!
Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!
Conversa é melhor do que piada.
Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.
Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!
Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Meu Signo


Sagitário (22/11 - 21/12):

1. Frase: “Já te disse 1.000.000 de vezes que NUNCA EXAGERO!”
2. O que o sagitariano espera de seu parceiro:
Busca partilhar seu idealismo e seu senso de justiça com o outro. A relação tem que incluir espírito de aventura, gostar de viajar, estudar, aprender. O parceiro tem que saber compreender sua necessidade de liberdade, de fugir da rotina e sua aguda franqueza.
3. O que o sagitariano diz depois do sexo: “Não me ligue - Eu ligo pra você”
4. Como irritar um sagitariano:
Dê a eles bastantes responsabilidades. Coloque realismo na sua filosofia. Nunca ria das piadas deles. Não tope nenhuma aventura ou quebra de rotina e esteja sempre de mau-humor.
5. Como o sagitariano reza antes de dormir:
“OH ONIPOTENTE, ONISCIENTE, TODO AMOROSO, TODO PODEROSO, ONIPRESENTE, ETERNO DEUS, SE EU LHE PEÇO UMA VEZ, ESTOU PEDINDO CENTENAS DE VEZES, AJUDE-ME A PARAR DE EXAGERAR!”
6. Por que o sagitariano atravessou a rua?
Porque a idéia pareceu maneira e deu vontade.
7. Você foi assaltado e o sagitariano….
“Vamos dar queixa na policia!”
8. Adesivo para o vidro do carro do sagitariano:
“Não tenho tudo que amo, mas também nada que me ama me tem”
9. Quantos sagitarianos são necessários para trocar uma lâmpada?
O sol está brilhando, está cedo, nós temos a vida inteira pela frente, e você está preocupado em trocar uma lâmpada estúpida?

domingo, 21 de setembro de 2008

Um amigo me visita e diz que sua filha, uma pré-adolescente, está bulímica. Sempre o mundo das aparências em luta com o chamado da "essência". Se a matéria é tão importante, por que quando morremos, ela se desfaz e mesmo se degenera na nossa velhice? Será a matéria assim tão importante ou vivemos mesmo, como na canção de George Harrison, "in a material world"-- como também disse Madona? O que seria do mundo se todos os que têm mil olhos para criticar peitos e bundas, narizes e alturas, roupas assim ou assado, acordassem para a realidade desse mundo real que aí está, de miséria (e miséria interior) e de guerras?

Se as pessoas fossem menos fúteis, menos materialistas, teríamos um mundo mais justo, por que mais pensado, criticado, realizado? Pessoas mais alegres, felizes, nas suas imperfeições? Seríamos mais rebeldes, mais críticos, usaríamos mais os nossos neurônios ao invés de tanto esmalte nas unhas e suor para comprar o carro do ano? E a quem interessa que este mundo seja mais justo, se assim eles ganham menos? Será que a magérrima teenager sabe disso, que essa beleza prometida de agora é a osteoporose de amanhã? E que este amanhã está mais perto do que a sua bobinha cabecinha consegue imaginar? Que o peso que deu à matéria não vai deixá-la ainda dormir, quando mais velha, pensando em pneuzinhos, estrias e tudo o que vem com a idade, dentro da normalidade da ordem do mundo? Da imperfeição do mundo? Por que é difícil aceitar a diferença e a imperfeição? Para quê compensação é essa necessidade de eterno ajuste na matéria? No que é visível? Por que a necessidade de (eterna) aprovação do olhar do outro? Por que o outro (e, nós mesmos) é sempre visto como objeto e não em sua complexidade de sentimentos, sensações, valores, princípios, beleza interior? Por que a estética está acima da ética?

São questões que se destacaram apenas na chamada era pós-industrial, fruto de um capitalismo com seus códigos materialistas que avassalam o mundo ou é um "desde sempre..."? Está, então, pior, após todas as Twiggis (acho que é assim que se escreve) e a mudança de parâmetro estético e de valores (uma modelo ganhando muitíssimo mais que um professor) nos anos sessenta? E por que todos vão como boizinhos a caminho do matadouro, sem pestanejar, para um futuro de presente tão triste e desumano? Um mundo de celulares, computadores, tortas maravilhosas de chocolate e adolescentes bulímicas e seus desafetos? Contradições, imposições, vazio. Vamos ver o que ainda está por vir.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008


"A VIDA É UMA PEÇA DE TEATRO QUE NÃO PERMITE ENSAIOS. POR ISSO, CANTE,
CHORE, DANCE, RIA E VIVA INTENSAMENTE ANTES QUE A CORTINA SE FECHE E A PEÇA
TERMINE SEM APLAUSOS." (Charlie Chaplin)

domingo, 14 de setembro de 2008

Odeio domingo

Não adianta, não consigo gostar do domingo. Tem coisa mais entediante que final de tarde no domingo? Não, não tem. O domingo é a prévia da segunda feira corrida, da semana atarefadíssima que se aproxima e isso me deixa angustiada, chata mesmo. Por isso, comungo aqui da mesma idéia de Fernando Martins, afinal, quem é que fica domingo em casa, burguesamente, desperdiçando a vida em momentos sem sentido?

Odeio Domingo

Todo dia da semana
É vazio e soa falso
Mas o que não mais me engana
É que caminho ao encalço
Do dia final - que eu xingo,
Com claro e preciso intento
É vil e torpe o domingo
Como um verme pestilento

Eu odeio os domingos
Eu odeio o domingo

Nas ruas, a multidão
Caminha num passo incerto
Vão todos na contra-mão
Rindo por obrigação
Felizes, por ter bem perto
O ócio da redenção
Contra isso é que me vingo
Clamando contra o domingo.

Eu odeio os domingos
Eu odeio o domingo

E todo honesto burguês
Que paga as contas do mês
E aquele que paga não
Mas posa de cidadão
Vão todos juntos pra missa
Bocejando de preguiça

É uma bermuda novinha
Que faz bem a quem caminha.

E a auto-satisfação
A medíocre aspiração
Implacável, num respingo,
Atinge todo o domingo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O Tempo


Nunca o fator tempo foi tão questionado, aliás, a falta dele. As obrigações diárias nos transformam em formigas laboriosas sempre em busca de soluções materiais para suprir as dificuldades do tenebroso inverno que nos ameaça a cada manhã, seja ela cinzenta ou ensolarada.
Nosso lado prático e ganancioso nos obriga a carregar um talo de grama bem maior que a nossa força, esmagando nosso lado cigarra.
Nunca temos tempo. Para ser e até para não ser. Para arrumar ou desarrumar.
Nunca temos tempo. Para trabalhar ou rever amigos ou descansar e desfrutar as distrações. O tempo de férias não conta, é um tempo planejado, que mais se assemelha a um trabalho free lancer do que a uma espontânea inquietação. Viagem, pagar as contas com antecedência, procurar alguém para cuidar da casa, do cachorro, manter a água das plantas...
Não temos tempo a perder, muito menos a ganhar. Meu tempo transformou-se curiosamente na minha falta de tempo. Sempre me desculpando, sempre alegando algum outro compromisso. Ainda mais para quem não aprendeu a dizer não. Eu desmarco, não nego nada. O constrangimento de cancelar algo me transtorna. Fico dias sem dormir aventando perdões absurdos.
Existe um único antídoto para a falta de tempo. Um único. Estar apaixonado. Esquecer de si para inventar o desejo. O desejo transforma-se no próprio tempo. Tudo é adiado. A dispersão nos leva a reparar nas janelas, nos interruptores, nos sapatos dos colegas. Nada mais tem tanto significado do que se aprontar, ensaiar e aguardar perfumado o encontro. Compromissos sérios pulam de casas e horários. Antes imutáveis, as reuniões trocam de vôo de modo nervoso. O trabalho passa violentamente rápido. Não há o medo de se proteger. A imaginação pára a escrita em um só nome.
Aconselho a quem não tem tempo: apaixone-se. Perca a cabeça na guilhotina. Entregue seus pés para a espuma. Permita a cintura subir como um chafariz. Não pense que vai dar errado. O que pode dar errado já aconteceu antes. Dentro do tempo.

Escrava do meu cabelo

Sou escrava dos meus cabelos desde que me entendo por gente. Ainda criança, a minha mãe fazia cachinhos nas minhas loiras madeixas - natural, claro, e eu ficava encantada com a minha própria imagem de refletida no espelho. Então veio a adolescência enfatizando a vaidade e,em nome dela, vaidade e paixão, passei a dormir todas as noites (ou a tentar fazê-lo)com rolos, mesmo que os grampos me espetassem como uma coroa de espinhos e que a minha avó dissesse que eu ia acabar careca.
Era uma verdadeira tortura que eu suportava contanto que os cabelos ficassem cacheados com uma farta e encaracolada franja em cima dos olhos.
Depois veio a moda dos cabelos lisérrimos, hora de escova-los e depois fazer uma touca para que não armassem. Repetia todas as semanas o mesmo ritual, tudo em nome da moda, da vaidade e da escravidão capilar.
Já tive cabelos loiros, castanhos, chocolate, e pasme: negros!!! O que me causou uma noite insone e a ordem à cabeleireira que devolvesse a minha loirice. Já tive cabelos lisos, encaracolados, curtos, com franjinha, sem franjinha, em suma, de tudo um pouco. Já até aderi a moda hippie para adotar os cachos e não parecer careta. Mas me achava horrível! Gostava da bata indiana, da calça boca-de-sino, mas dos cabelos ondulados, forçava a barra pra tolerar.
Até que chegou a fase pós-moderna (graças a Deus!), quando cada um usa a moda que lhe fica melhor, do jeito que lhe der na telha, numa gama de escolhas que vai da década de 20 ao século 21, deixei de lado a fase camaleônica e há muito tempo dou fiel ao mesmo corte, a mesma cabeleireira, a mesma marca de shampoo e tintura. Mas andei pensando... não seria hora de mudar? Se me der coragem farei uma visitinha ao salão de beleza e não estranhe se amanhã essa loira que posta tal comentário não se transfome numa ruiva nada discreta. Rsssssss...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

O palavrão


Por que diabos merda é palavrão? Aliás, por que a palavra diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um? Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha-da -puta, mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.
Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta, o neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. É o fundo do cérebro, a parte que controla nossas emoções. Trata-se de uma zona primitiva: se o nosso neocórtex é mais avantajado que o dos outros mamíferos, o sistema límbico é bem parecido. Nossa parte animal fica lá.
Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em quando, claro. Como dissemos, basta tropeçar numa pedra para que ela corra o sério risco de ouvir um desaforo. Se dependesse do pensamento consciente, ninguém nunca ofenderia uma coisa inanimada. Mas o sistema límbico é burro. Burro e sincero. Justamente por não pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma intensidade inigualável.
Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então pense em uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir toda a carga emocional da paixão propriamente dita. Mas com um grande e gordo puta que o pariu a história é outra. Ele vai direto ao ponto, transmite a emoção do sistema límbico de quem fala direto para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o palavrão até mais sofisticado que a linguagem comum.
Outro dia, quando procurava inutimente algo interessante na programação da TV, me deparei com uma propaganda que dizia algo sábio: EU TE DESEJO MENOS!
Sim, eu te desejo menos! É estranho a primeira vista pois sempre que desejamos algo a alguem, somamos todas aquelas qualidades que, no fundo, nós gostariamos de ganhar (talvez acreditando na lei do retorno as pessoas desejem tanto bem para os outros... o ser humano é hipócrita - triste constatação...). Mas o pulo do gato está presente ao se analisar o menos! Sim, o menos!
Por isso, aos que aqui frequentam este canto chamado de blog, eu desejo a todos menos! Menos preocupação, menos stress, menos tristeza, menos conturbações, menos sofrimento, menos mesquinhez, menos pieguice, menos ganância, menos formalidades!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008


Eu adoro uma música que Frank Sinatra costumava cantar, My way.
O curioso é que só fui prestar atenção na letra dessa música há pouco tempo e eu gosto muito da frase que diz mais ou menos assim: "Se eu acertei ou se errei, fiz isso da minha maneira".
Quando olhamos pra trás, percebemos que como todos os mortais, já fizemos muitas bobagens. Acertamos bastante, mas também erramos bastante e quando olhamos pra frente temos a certeza que ainda vamos errar e acertar bastante.
Mas perder o nosso precioso tempo nos torturando não vai nos levar a lugar algum.
Por isso é que lhe digo: não se torture por algo que não deu certo no passado.Apenas perceba o que é possível fazer para consertar essa situação e faça.
Se você sente culpa, perdoe-se.
E, principalmente, compreenda que agiu assim porque, na ocasião, era o que achava melhor fazer.
Há uma história que me contaram, de que gosto muito: um pescador chegou à praia de madrugada para o trabalho e encontrou um saquinho cheio de pedras.
Ainda no escuro começou a jogar as pedras no mar.
Enquanto fazia isso, o dia foi clareando até que, ao se preparar para jogar a última pedra, percebeu que era preciosa!
Ficou arrependido e comentou o incidente com um amigo que lhe disse:
- Realmente, seria melhor se você prestasse mais atenção no que faz, mas ainda bem que sobrou a última pedra!
Existem pessoas que não prestam atenção no que fazem e depois passam a vida inteira arrependidas pelo que não fizeram, mas poderiam ter feito, e se martirizam por seus erros.
Se você está agindo assim, deixo-lhe uma mensagem especial: não gaste seu tempo com remorsos nem arrependimentos.
Reconheça o erro que cometeu, peça desculpas e continue sua vida.

Todos nós temos muitas pedras preciosas no coração: muitos momentos lindos para viver e muitos erros para cometer.
Portanto, aproveite as oportunidades e curta plenamente a vida.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Eu Mereço!

Estou vivendo meu momento fútil sem dramas. Estou adotando a frase "eu mereço" sem aquela conotação habitual do errado ou do exagerado. Quer repetir a sobremesa? Antes da culpa calórica aparece a frase - só tomei um iogurte no café, almocei salada, ontem comi pouco, eu mereço! O cartão de crédito tá quase estourando, ainda faltam duas semanas pro pagamento e aquele vestido novo parece perfeito pro seu guarda-roupa? Ah, eu pago minhas contas, ganho meu próprio dinheiro, eu mereço! E assim você sai com uma sacola nas mãos. O despertador insiste em tocar e seu maior prazer naquele momento é dormir mais alguns minutos? A justificativa pode vir até dentro do sonho - hoje tenho tanta coisa pra resolver, vou dormir tarde, eu mereço! E assim a vida vai ficando mais leve, porque vamos merecendo tudo o que queremos. É verdade que nem sempre a fórmula funciona tão bem, porque às vezes merecemos também o que nem imaginávamos querer - mas ai já é uma outra história

domingo, 31 de agosto de 2008


Moda é tendência. Tendência é usar o que está na moda. O que está na moda pode sair de moda quando você menos espera. A moda é sazonal. Vai e volta. Cumpre um ciclo, morre e renasce nos armários e closets dos mais abastados ao mais desafortunados.
A moda é democrática. Qualquer um pode se sentir na moda. A moda ocupa todos os espaços - ruas, cinemas, televisão, escolas… A moda não busca. Alcança a todos independente do credo, raça e cor. As cores da moda ditam humores, vestem o poder, desafiam os críticos. As marcas famosas reinam. Os designers assumiram o poder e governam o mundo fashion com mão de ferro. Eles mandam e desmandam. E nós pobres mortais, obedecemos…

sexta-feira, 22 de agosto de 2008


No dia 20 de agosto comemora-se o Dia do Maçom, e ao ler sobre a data encontrei a mensagem abaixo, a qual achei interessante e por isso resolví posta-la.

- Ser Maçom é ser amante da Virtude, da Sabedoria, da Justiça e da Humanidade.
- Ser Maçom é ser amigo dos que sofrem, dos que choram, dos que têm fome e sede de justiça; é propor como única norma de conduta o bem de todos e o seu progresso e engrandecimento.
- Ser Maçom é querer a harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano.
- Ser Maçom é derramar por todas as partes os esplendores divinos da instrução; a educar a inteligência para o bem, conceber os mais belos ideais do direito, da moralidade e do amor; e praticá-los.
- Ser Maçom é levar à prática aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e de todos os séculos, que diz, com infinita ternura aos seres humanos, indistintamente, do alto de uma cruz e com os braços abertos ao mundo: "Amai-vos uns aos outros, formai uma única família, sede todos irmãos"!
- Ser Maçom é olvidar as ofensas que se nos fazem, ser bom, até mesmo para com nossos adversários e inimigos, não odiar a ninguém, praticar a virtude constantemente, pagar o mal com o bem.
- Ser Maçom é amar a luz e aborrecer as trevas; ser amigo da Ciência e combater a ignorância, render culto à Razão e à Sabedoria.
- Ser Maçom é praticar a Tolerância, exercer a Caridade, sem distinção de raças, crenças ou opiniões, lutar contra a hipocrisia e o fanatismo.
- Ser Maçom é realizar, enfim, o sonho áureo da Fraternidade universal entre os homens.

sábado, 16 de agosto de 2008


Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma.
Você pode voltar e nada ser como antes.
Você pode até ficar, pra que nada mude, mas aí é você que não vai se conformar com isso.
Você pode sofrer por perder alguém.
Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no vestibular ou a festa mais linda que já tenha ido, mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo, é a saudade dos momentos simples:
Da sua mãe te chamando pra acordar,
Do seu pai te levando pela mão,
Dos desenhos animados com seu irmão,
Do caminho pra casa com os amigos e a diversão natural
Do cheiro que você sentia naquele abraço,
Da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver,
E como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter.
De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades:
Não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma;
Cuidado com o que anda desabafando;
Conte até três (tá certo, se precisar, conte mais);
Antes só do que muito acompanhado;
Esperar não significa inércia, muito menos desinteresse;
Renunciar não quer dizer que não ame;
Abrir mão não quer dizer que não queira;
O tempo ensina, mas não cura.
Martha Medeiros

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Soneto 17

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.
William Shakespeare

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Os Sete Pecados Modernos

Recentemente todos os meios de comunicação noticiaram excessivamente a lista dos novos pecados capitais divulgada pelo vaticano. Além da gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça temos agora mais sete pecados do mundo moderno que a igreja chama era de "globalização desenfreada".
Por que não oito, dez pecados? Simplesmente porque a igreja católica se serve novamente dos mistérios do número sete para tentar mais facilmente fixar esta doutrina de mão única. Não que a lista apresentada pelo arcebispo Gianfranco Girotti seja totalmente paradoxal, ao contrário é até bastante coerente com o discurso da igreja:
1. poluição ambiental;
2. manipulação genética;
3. acumulação de riqueza excessiva;
4. geração de pobreza;
5. consumo e tráfico de drogas;
6. experimentos moralmente discutíveis;
7 violação de direitos fundamentais da natureza humana.
Não há novidade alguma nesta lista, a maioria das pessoas, independente da religião, há de posicionar-se favoravelmente a ela com poucas exceções ao segundo e sexto pecado. Só resulta um pouco confuso entender o que a igreja católica quis dizer com o terceiro pecado.
Será que a instituição, uma das mais abastadas do planeta, vai doar todo seu patrimônio para finalmente professar os ensinamento de São Francisco de Assis ou é somente uma consideração do tipo:

- Façam o que eu falo, mas não façam o que eu faço.

terça-feira, 12 de agosto de 2008


Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz...

sábado, 9 de agosto de 2008

Aquisições futuras

Consumidora voraz que sou, antecipo mentalmente o prazer e a alegria das aquisições futuras e muitas vezes materializo este prazer com uma prévia lista com o nome do que pra muita gente é supérfluo, pra mim é essencial. Hoje deixarei o nome de livros, numa lista inicial e improvisada. Ela será ampliada com o passar do tempo, pode ter certeza disso.

* D. Quixote de la Mancha - Miguel de Cervantes (já li, reli, mas amo este herói quasímodo e sonhador)
* O Guardião de memórias - de Kim Edwards
* A Sombra Do Vento - de Carlos Ruiz Zafón (estou lendo, empréstimo da minha amiga Momó)
* 1808 - de Laurentino Gomes
* O Silêncio dos Amantes - de Lya Luft
* Crepúsculo - de Stephanie Meyer
* A Soma dos Dias - isabel Allende
* A Montanha e o Rio - Da Chen
* Cem Melhores Contos Brasileiros do Século
* Os Sertões - Euclides da Cunha

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Onde Anda Você



Vinicius de Moraes
Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes / Hermano Silva

E por falar em saudade onde anda você
Onde andam seus olhos que a gente não vê
Onde anda esse corpo
Que me deixou louco de tanto prazer
E por falar em beleza onde anda a canção
Que se ouvia na noite dos bares de então
Onde a gente ficava,onde a gente se amava
Em total solidão
Hoje eu saio na noite vazia
Numa boemia sem razão de ser
Na rotina dos bares,que apesar dos pesares,
Me trazem você
E por falar em paixão, em razão de viver,
Você bem que podia me aparecer
Nesses mesmos lugares, na noite, nos bares
A onde anda você?

E por falar em saudade

Quem nunca sentiu saudade? Não importa de quem ou do quê, mas ela está lá, sempre presente. Sabe aquela pessoa que passou por nossas vidas, tanto nos mostrou, nos ensinou, por vezes brigou, chorou com a gente, e por um motivo qualquer, nunca mais vimos, nunca mais falamos? - e olha que não se falar hoje, com tanta tecnologia a nosso favor, é difícil!
Essas pessoas que por qualquer motivo se perderam de nossas vidas, pessoas tão importantes, afetuosas, verdadeiras e amigas... Dá uma saudade! Sem falar daquelas que estão tão perto e, na verdade, tão longe.
Sentir saudade de pessoas queridas que já se foram faz parte de nossa vida, e é até saudável. As recordações são tão boas!
Sentir saudade de nossa infância, do colo da mamãe, da escola, das professoras.
Sentir saudade de nossa adolescência - sem querer mudá-la.
Aqui falamos de saudade, não de reparações, ou de mudanças.
Sentir saudade de uma irmã que mora perto, mas que vive tão longe por causa dos seus muitos afazeres, das situações que vivi ao seu lado.
Sentir saudade de um amor da adolescência. Enfim, saudades, afinal, hoje é seu dia: Dia da Saudade.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

“Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia”. (Nietzsche)

Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta
os braços, sorri e dispara: ´eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e
todo mundo é meu também´.
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos
descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos
consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e
reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso
comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como:
não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser
cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia
para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e
receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...
Arnaldo Jabor

domingo, 3 de agosto de 2008

People


Difícil falar de pessoas. Cada uma com suas manias, tiques nervosos, seu jeito de sentar ou andar, pegar na caneta, de mexer no cabelo. O balançar dos braços quando anda, os dedos que mexem nervosos, a mão que não sabe onde pousar, o cabelo que insiste em cair sobre o rosto, o olhar perdido, triste ou vazio; cada pedacinho desse conta uma história, história essa que talvez não esteja explícita, você vai descobrindo aos poucos, conforme a convivência.
A amigas tagarelas que não calam um minuto, nem quando a gente não consegue mais prestar atenção no que elas falam, ou as caladas que você tem que puxar muito pra saber qualquer bobagem. O silêncio no carro, a falta de assunto, o e-mail não respondido ou recebido de alguém que não se sabe notícias, apenas sabe-se que continua vivo, por isso ainda envia aquelas coisas que não dizem nada. Mas você sente falta quando não vê aquele envelopinho fechado na sua caixa de entrada, mesmo que o conteúdo seja a última piada de português ou o câncer linfático de uma criança de poucas condições.
Pessoas.
Não tente entendê-las, você só pode desvendá-las. Cada uma esconde um mistério, uma história, algo de que se envergonhe ou que tenha orgulho, um segredo, um amor, uma mágoa, uma palavra engasgada, ou uma dita num impulso, uma carta escrita e não enviada, uma recebida e escondida, um desejo contido, um sonho. Quantas cruzam nosso caminho sem nem se saber porquê com suas conversas vazias que fatalmente serão esquecidas quando virarmos a esquina e que talvez lembraremos um dia, com seus beijos descompromissados sem um "oi" no dia seguinte, com suas promessas de amor eterno sopradas no vento um tempo depois. Nem sempre aquela pessoa da qual você sabe tudo e que sabe tudo de você vai ser a que te disse a melhor coisa que você já ouviu na vida. Poderá vir daquela mulher que puxa papo com você no ônibus ou na fila do banco, do cara que pega carona com você ou daquele do qual você não sabe nem o nome.
A vida no prega peças que a gente só entende quando o tempo passa. A vida nos manda chuva quando a gente fez escova no cabelo e sai com aquele sol quando a bolsa carrega um guarda-chuva. Não tente desvendar seus mistérios, apenas desfrute o que ela oferece as pessoas.
O sol e a chuva.
Essas coisas que a gente não dá muito valor.
O segredo da sua felicidade pode estar naquele papo de banco de praça que já pode ter acontecido e você nem se deu conta.
Apenas abra os olhos e sonhe.

Uma música eterna

Mon amour, au je vois la lune briller
Porquoi tu vas maintenant partir
Lá-bas la nuit est encore
C‘est la reine du monde
Reste plus une seconde, reste plus une seconde
Viens avec moi

La lumière du jour nous decouvrira
Et seulement la nuit nous cachera
C’est l’amour impossible que le monde n entend rien
Reste plus un moment, reste plus un moment
Reste avec moi

Alors, tu t’es trompé
Il a été le rossignol qui tu as fait réveiller
Même l’alouette qui porte pour nous le jour
Reste plus une seconde,
Oublie le monde
Viens avec moi

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Preciso de alguém...



Que me olhe nos olhos quando falo. Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência. E, ainda que não compreenda, respeite os meus sentimentos.

Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; alguém amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odiá-lo por isso.

Nesse mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nessa coisa misteriosa, desacreditada, quase impossível: a amizade.

Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.

Preciso de um amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida. Mesmo que isto seja muito pouco para suas necessidades.

Preciso de um amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo: "Nós ainda vamos rir muito disso tudo" e ria muito.

Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher meu amigo. E nessa busca empenho a minha própria alma pois, com uma amizade verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Por que a vida não precisa ser séria o tempo todo.


Tudo o que necessitei saber, aprendi com a minha mãe.

ME ENSINOU A APRECIAR UM TRABALHO BEM FEITO
- Se vão se matar, façam lá fora! Acabei de limpar tudo aqui dentro.
ME ENSINOU RELIGIÃO
- É melhor rezar para que essa mancha saia do sofá.
ME ENSINOU LÓGICA
- Porque foi eu quem disse! E por isso... é ponto final !
ME ENSINOU A PREVER O FUTURO
- Assegure-se de estar usando roupa interior limpa e que não esteja
esburacada para o caso de que tenha um acidente.
ME ENSINOU IRONIA
- Continue chorando e eu vou te dar uma verdadeira razão para chorar.
ME ENSINOU A SER ECONÔMICO
- Guarde suas lágrimas para quando eu morrer.
ME ENSINOU OSMOSE
- Fecha a boca e come.
ME ENSINOU CONTORCIONISMO
- Veja a sujeira que você tem no pescoço. Vira.
ME ENSINOU FORÇA DE VONTADE
- Voce vai ficar sentado até que coma tudo.
ME ENSINOU METEOROLOGIA
- Parece que um furacão passou no seu quarto.
ME ENSINOU MODERAÇÃO
- Já te disse um milhão de vezes para não ser exagerado.
ME ENSINOU O CICLO DA VIDA
- Te trouxe para este mundo e posso te tirar dele.
ME ENSINOU PADRÕES DE COMPORTAMENTO
- Deixe de agir como o seu pai.
ME ENSINOU O CIÚME
- Tem milhões de crianças menos afortunadas neste mundo que
não têm uma mamãe tão maravilhosa como a sua.
ME ENSINOU VENTRIOLOQUIA
- Não reclame! Fique calado e responda: Porque você fez isso?
ME ENSINOU ODONTOLOGIA
- Volte a me contestar e eu arrebento seus dentes na parede!
ME ENSINOU RETIDÃO
- Vou te endireitar com um tapa só.

GRAÇAS à MÃE!

Saudade


"Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la." [ Clarice Lispector ]
Saudades... mas, estou voltando pra casa outra vez... cheia de saudade morrendooooooooo de vontade de abraçar meus amores, meu cachorro... respirar o ar da minha casa, regar meu jardinzinho, aninhar na minha cama... ahhhh...!!! Nada melhor que nosso cantinho, nada melhor que sentirmos que somos importantes na vida das pessoas que amamos, nada melhor que ler repetidamente tão doce declaração de amor.
Amo Você!!!!!!!!

domingo, 20 de julho de 2008

"Nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso,
porque então morreria."
Pablo Neruda

Longe de casa


Longe de casa há mais de uma semana...
Milhas e milhas distante dos meus amores...


Blitz, rssss... a cara da minha adolescência, eu simplesmente adorava a irreverência de Evandro Mesquita e sua troupe, para quem não se lembra aquela banda de hits como Você não soube me amar,e etc que com um rock leve, letras bem-humoradas e performance teatral no palco, consolidou-se como fenômeno de massa lá pela década de 80. Ainda não se lembra? Então das duas uma: ou você estava perdido no Zimbabue ou morto, pois não conheço ninguem da minha geração que não tenha curtido Blitz, que não tenha dançado ao som da Blitz ou que não tenha colecionado aquelas figurinhas cafonas daquele cafonérrimo álbum da Banda. Mas não me lembrei da banda apenas por gostar, lembrei porque estou mesmo longe de casa e ganha um pão de queijo quentim quem adivinhar...
Saudade dos meus amores...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O que é ser amigo





Como será que podemos definir o que é ser amigo.
Mas, amigo, na verdadeira acepção da palavra, ou seja aquele que poderemos considerar como alguém que nos dedica um sentimento de carinho que extrapola qualquer outro sentimento?
Bem, certamente um amigo de verdade não será capaz de solucionar todos os problemas que tivermos, não poderá eliminar todas nossas dúvidas ou incertezas. Mas certamente será capaz de nos ouvir em nossos desabafos, ajudando-nos a pelo menos pensar em soluções, se as houverem. E a amizade só será completa, se houver reciprocidade de nossa parte quando a situação for inversa.
Um amigo não poderá mudar nosso passado, consertando nossos erros, nem acabar com nossos sofrimentos e dores, mas será capaz nos ajudar entender onde foi que erramos, para que mesmos enganos não sejam reprisados. E isso é muito importante, pois nem sempre somos capazes de descobrir porque algo não deu certo. Um amigo o fará, basta que saibamos escuta-lo, e que saibamos corresponder quando for nossa vez de ouvir.
Certamente não será amigo de verdade se nada falar para nos apontar um caminho errado que estamos trilhando. Embora possa nos desagradar, saberá indicar o que nos poderá acontecer de mal, se insistirmos nesse rumo. E deveremos saber discernir sobre seus caminhos também.
Reciprocidade sempre é exigível para a sobrevivência de uma amizade.
Nem sempre ele poderá evitar um tropeço nosso, mas poderá nos amparar quando nos ver caindo, amenizando o impacto da queda. Poderá nos estender a mão para nos ajudar depois, ao invés de simplesmente balançar a cabeça, como que dizendo: “eu te avisei...” Nem sempre sabemos ouvir a voz da razão, e preferimos seguir nosso impulso. E quando for a nossa vez, é lícito que ele espere a mesma atitude de nossa parte.
Um amigo pode não ser o responsável direto nossos êxitos, por nossa felicidade, mas saberá dela compartilhar, regozijando-se com nossa alegria, da mesma maneira que iremos participar de suas vitórias, de sua felicidade.
Não poderá, certamente, tomar decisões por nós. Contudo, poderá emitir sua opinião, poderá nos orientar em nossas dúvidas. Da mesma maneira deveremos proceder, quando a situação for inversa.
Com base na reciprocidade de nossa amizade, estaremos seguros de poder contar sempre com seu apoio e encorajamento, como certamente ele contará com nossa sustentação, se preciso for.
Com base na sinceridade do sentimento, mesmo que não possamos determinar nossos limites, de uma maneira total e completa, poderemos sempre dar-nos espaço mutuamente, possibilitando um crescimento. Permitindo nossa individualidade. Assim se vive com amizade, numa sociedade. Sem tolher movimentos. Sem interferir diretamente. Mas dando sinais de erros ou acertos.
Certamente por mais forte e sincera que seja uma amizade, certas dores não poderão ser evitadas. Nosso coração sempre estará sujeito a certos golpes inevitáveis. Simplesmente um amigo leal poderá, quando muito, nos ajudar a recolher os fragmentos, colocando-os no lugar.
E assim deveremos agir, se for o seu coração que estiver despedaçado. E se for o caso, choraremos juntos. Sempre é melhor contar com um ombro amigo nessa situação.
E essa amizade poderá ser encontrada em um pai, em um filho, em um irmão, num conjugue, ou mesmo em quem, embora não seja da familia, será ainda melhor do que se o fosse, por ser uma amizade sincera.
Amizade apenas exige sinceridade e reciprocidade e, claro, seriedade.
Não interessa muito saber quem e o que somos, basta que possamos nos abraçar, em nome de nossa amizade, e saber que poderemos sempre contar com essa amizade como um bálsamo que nos ajudará a aliviar certas dores, mas que também poderá festejar conosco nossa alegria.
Agora, com a certeza de nossa amizade, esquecendo quaisquer mágoas passadas, presentes ou futuras, vamos imaginar um circulo, dando-nos as mãos, e vamos viver mais UM LINDO DIA.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Et si tu n'existais pas


Et si tu n'existais pas
Dis-moi pourquoi j'existerais
Pour traîner dans un monde sans toi
Sans espoir et sans regret
Et si tu n'existais pas
J'essaierais d'inventer l'amour
Comme un peintre qui voit sous ses doigts
Naître les couleurs du jour
Et qui n'en revient pas

Et si tu n'existais pas
Dis-moi pour qui j'existerais
Des passantes endormies dans mes bras
Que je n'aimerais jamais
Et si tu n'existais pas
Je ne serais qu'un point de plus
Dans ce monde qui vient et qui va
Je me sentirais perdu
J'aurais besoin de toi

Et si tu n'existais pas
Dis-moi comment j'existerais
Je pourrais faire semblant d'être moi
Mais je ne serais pas vrai
Et si tu n'existais pas
Je crois que je l'aurais trouvé
Le secret de la vie, le pourquoi
Simplement pour te créer
Et pour te regarder

Et si tu n'existais pas
Dis-moi pourquoi j'existerais
Pour traîner dans un monde sans toi
Sans espoir et sans regret
Et si tu n'existais pas
J'essaierais d'inventer l'amour
Comme un peintre qui voit sous ses doigts
Naître les couleurs du jour
Et qui n'en revient pas.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Você sabe reconhecer um chato?


Ser ou não ser chato, eis a questão

- Existem várias maneiras de ser chato, mas o chato escolhe sempre a pior.
- Chato não se aprende, se nasce;
- Se um chato se cala de repente é porque morreu;
- Uma pessoa brilhante pode ser chata, mas chato nunca é brilhante;
- A teimosia é a força de vontade do chato;
- Um CHATO nunca perde o seu tempo. Perde o dos outros.
- Todo CHATO tem cara de CHATO.
- CHATO só não ronca quando dorme sozinho.
- Um CHATO quando você diz a ele “tá errado” ele responde: “eu sei!”
- Normalmente os CHATOS começam dizendo : “Fica chato dizer isso, mas…”
- Toda pessoa tem seu dia de CHATO, mas o CHATO é CHATO todo dia.
- Todo CHATO cutuca.
- O CHATO quando está com tosse nunca vai ao médico e sim ao TEATRO.
- CHATO é o sujeito que fica mais tempo com você do que você com ele.
- O CHATO só fuma para filar cigarro dos outros.
- CHATO é aquele que pára de fumar para ficar chateando quem fuma.
- CHATO é o cara que vai com você na rua mas pára de 2 em 2 metros porque não sabe conversar andando.
- CHATO é aquele cara que conta tudo, tim-tim por tim-tim, e ainda entra em detalhes.
- CHATO é aquele cara que você fala : “Passa lá em casa !” e ele passa…
- Chato é aquele indivíduo que só vai ao cinema assistir a filme de mistério pra poder contar o desfecho pros outros;
- Chato é o indivíduo que diz pra você do outro lado da rua: “Vem cá!!”, quando a distância é absolutamente a mesma;
- Quando o chato chega em casa, a família dele finge que já está dormindo.

Aprenda a fazer bonito o seu amor…

Por Arthur da Távola

Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.
Tenho visto muito amor por aí, Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva,mas esbarram na dificuldade de se tornar bonito. Apenas isso: bonitos,belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebeu ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender;necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o maior perigo no amor.
Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reinvindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.

Ponha a mão na consciência. Você tem certeza que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível? Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo,deixa de ser alegre, igual criança.E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama. Saia cantando e olhe alegre.
Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando; não se cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, “aquela conversa importante que precisamos ter”, arquivar se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem ama toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível.Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.

Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de brinquedos dos nossos sonhos) :não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.

Não tenha mêdo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade;não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração;contar a verdade do tamanho do amor que sente.
Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteiras, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração bater como no tempo
do Natal infantil. Revivendo os carinhos que instruiu em criança. Sem mêdo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.

Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor,ou bonitar fazendo seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito(a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é e nunca, deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.

Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Eu sei, mas não devia


Eu sei, mas não devia

Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Dentre outros escreveu E por falar em Amor; Contos de Amor Rasgados; Aqui entre nós, Intimidade Pública, Eu Sozinha, Zooilógico, A Morada do Ser, A nova Mulher, Mulher daqui pra Frente e O leopardo é um animal delicado. Escreve, também, para revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.