Eu creio em Anjos quer voem ou não sobre Berlim. Sei que em mim pensam, me protegem, me sorriem, me aparam alguma lágrima su viso, pois se tu és um, testado no que afirmo como não acreditar na santidade que é o amor que nada pede, tudo dá tudo oferece, com sutileza... Há anjos? Há, sim, há anjos de verdade.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Adoro Cecília Meireles, suas poesias são sentimentais, sem serem piegas, simples sem serem comuns.
O poema abaixo, intitulado Epigrama, talvez numa primeira leitura chama inicialmente a atenção quanto ao seu tom – familiar ao leitor de Cecília: um tom de aceitação e resignação diante da perda e da dor que a perda acarreta. Em vez de lamúria e lamento, o eu-lírico apresenta uma atitude diante da experiência de fracasso que pode ser caracterizada como estóica1, dada à rigidez e impassibilidade ante a vivência adversa de dor, provocada pela queda.
O epigrama de Cecília nos faz ouvir “ecos” do senso comum, que ensina que ser adulto é assumir as responsabilidades e conseqüências dos atos que se praticam (ainda mais, quando sabemos de antemão o que deles resulta). O poema constitui uma ilustração clara do aprendizado da “lição”: “Fiquei sem poder chorar quando caí”.
Epigrama nº 8
Encostei-me a ti, sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem, depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso,
e dei-me ao teu destino, frágil,
Fiquei sem poder chorar quando caí.
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