quinta-feira, 21 de maio de 2009

Para repartir com todos

(Tiago de Melo)

"Com este canto te chamo, porque dependo de ti.
Quero encontrar um diamante.
Sei que ele existe e onde está.
Não me acanho de pedir ajuda;
Sei que sozinho nunca vou poder achar.
Mas, desde logo, advirto:
É para repartir com todos.

Traga a ternura que escondes machucada no teu peito;
Eu levo um resto de infância que meu coração guardou.
Vamos precisar de fachos para as veredas da noite
Que oculta e, às vezes, defende o diamante.
Vamos juntos.

Traz toda luz que tiveres.
Não se esqueça do arco-íris que escondeste no porão.
Eu ponho a minha poronga, de uso na selva,
É uma luz que se aconchega na sombra.

Não vale desanimar.
Nem preferir os atalhos sedutores, que nos perdem, para chegar mais depressa.
Vamos achar o diamante para repartir com todos.
Mesmo com quem não quis vir ajudar, pobre de sonho.
Com quem preferiu ficar sozinho,
Bordando de ouro o seu umbigo engelhado.

Mesmo com quem se fez cego,
Ou se encolheu na vergonha de aparecer procurando.
Com quem foi indiferente, ou zombou das nossas mãos enfatigadas na busca.
Mas também com quem tem medo do diamante e seu poder.
E até com quem desconfia que ele exista mesmo.
E existe!

O diamante se constrói
Quando o procuramos juntos no meio da nossa vida.
E cresce, límpido cresce,
Na intenção de repartir o que chamamos AMOR!"

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