quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ídolos: seres perfeitos?



O que leva a maioria das pessoas idolatrar um cantor, um ator, um jogador de futebol ou uma modelo? A esperança de que a perfeição existe e que seus ídolos são estas pessoas perfeitas? Ou a idolatria ocorre porque tais celebridades conseguiram aquilo que seus admiradores desejam para si e não conseguem? Tais questões têm merecido por parte dos estudiosos do comportamento humano profundas reflexões, pois muitas vezes a admiração transforma-se em fanatismo, lembrando que a palavra “fã” é um “aportuguesamento” de “fan”, uma forma reduzida de “fanatic”, que é “fanático” em inglês.
Tal fanatismo leva a atos extremados como a comoção provocada nas pessoas ante a morte de um ídolo ou o desejo de apropriar da vida do ídolo, copiando-o, imitando-o e até matando-o, como foi o caso do assassinato do ex Beatle John Lennon. O assassino Mark David Chapmam confessou que era seu fã e que o matou porque não queria dividir seu ídolo com outros fãs.
A era moderna, com o avanço tecnológico que gera meios de aproximar cada vez mais as pessoas, tem sua parcela de responsabilidade. Os meios de comunicação, globalizados, permitem o acesso mais fácil entre fãs e celebridades, a televisão e a internet massificam as informações e as mensagens e em pouco tempo o ídolo passa a fazer parte da vida de milhões.
O ídolo dita moda e comportamento, basta observar o sucesso que algumas marcas fazem quando utilizam nas suas propagandas nomes famosos como atrizes e modelos, e as ruas transformam numa profusão de aspirantes a Gisele Bundchens e Grazis Massaferas, e não são somente as mulheres que adotam a moda dos famosos, os homens elegem também o que os seu ídolos usam, como é o caso dos chapéus, botas e cintos com fivelões dos cantores sertanejos.
Admirar alguém é natural e até saudável, mas é imprescindível ter em mente que não existem pessoas perfeitas, todos temos qualidades e defeitos, o que não enxerga a maioria dos admiradores, que tem um profundo medo em aceitar os possíveis defeitos dos admirados. Para muitos fãs, a confirmação dos defeitos em seus ídolos representa mais do que uma simples decepção: pode ser o fim da esperança pela existência da perfeição.

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