quinta-feira, 8 de julho de 2010

Opinião

Alunos de todo o Brasil foram avaliados por meio da Prova Brasil, idealizada para produzir informações sobre o ensino oferecido por município e escola, individualmente, com o objetivo de auxiliar os governantes nas decisões e no direcionamento de recursos técnicos e financeiros, assim como a comunidade escolar no estabelecimento de metas e implantação de ações pedagógicas e administrativas, visando à melhoria da qualidade do ensino.
De Apuarema, município situado a 320 quilômetros de Salvador veio o pior resultado da avaliação realizada no ano passado pelo Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica: nota 0,5. O caótico retrato da educação no Estado não para por aí, dos 11 municípios com as piores notas nas séries iniciais do ensino fundamental, seis estão na Bahia. Além de Apuarema aparecem na relação dos piores índices: Manoel Vitorino, Dário Meira, Pedro Alexandre, Nilo Peçanha e Pilão Arcado.
As explicações para os baixos índices parecem discursos ensaiados e não convencem, portanto, necessário se faz partir para ações verdadeiramente efetivas, que tirem o Estado da Bahia de tão vexatório ranking nacional.
Ainda com base nos números, as regiões com melhor desempenho no Ideb são aquelas que contam com uma boa infraestrutura de prédios, biblioteca e acesso à internet, além de melhores salários e carreira adequada, como é o caso de Cajuru, cidade de cerca de 24 mil habitantes no nordeste do estado de São Paulo. Lá, a média das notas das escolas da rede pública ficou em 8,6 garantindo cinco escolas municipais entre as dez melhores no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
Lá, do orçamento de R$ 34 milhões do município em 2009, R$ 12 milhões foram investidos na rede de ensino, que tem nove escolas do ensino fundamental e duas creches. Por lei, os municípios têm de investir, no mínimo, 25% do orçamento para a educação. Lá, A preocupação com a qualificação dos professores, a opção por adotar um sistema de ensino de uma instituição participar de renome, a adoção de reforço escolar e o envolvimento dos pais na escola são as principais armas para alcançar o topo do ranking da educação pública no país. Ou seja, investimentos financeiros, projeto pedagógico e comprometimento da família.
Cá, o Secretário de Educação Oswaldo Barreto lamentou o que chamou de “uso político” da divulgação dos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Segundo Barreto, é preciso ter cuidado ao usar uma informação desse tipo. “Há professores, pessoas que têm sua vida girando em torno da educação, que podem ser prejudicadas”, advertiu. Esqueceu somente de citar os alunos, os principais atores do processo e os mais prejudicados.
Que as ações governamentais aprendam com Cajuru como se faz a lição de casa, e mais, que façam bom uso da avaliação que tem como objetivo orientar ações futuras.

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