quinta-feira, 28 de junho de 2007

Delícias da profissão

Uma das coisas que mais me agrada na minha profissão é a oportunidade de conhecer um pouco mais pessoas incríveis das quais somos fãs.

Entrevista exclusiva com Renato Teixeira
Renato Teixeira faz parte de um grupo de músicos que todos nós já ouvimos muito. Em sua história estão composições que se eternizaram não apenas em sua voz, mas em outras grandes vozes do cenário musical brasileiro.
Em sua passagem por Lagoa Real, ocasião em que é festejada a Festa do Vaqueiro, uma das mais importantes manifestações culturais do interior da Bahia, o cantor em entrevista exclusiva para a Revista Imagem falou da realização de sonhos, projetos e sobre a música para a jornalista Margareth Castro.
Revista Imagem - Renato Teixeira, como cantor do povo e conhecedor da cultura do Brasil de norte a sul, que impressão você leva de Lagoa Real, esta cidade incrustada no sertão baiano?
Renato Teixeira - É um grande barato, são coisas assim que quando comecei minha carreira jamais podia imaginar que fosse conhecer esses lugares. O Brasil era tão longe, agora ficou tudo perto. Chegar a lugares como esse, é mágico, inesperado, que nunca tinha sonhado, mas que a carreira e a música me possibilitaram, conhecer o Brasil, conhecer o povo brasileiro, e tenho uma identidade muito grande com a Bahia, não porque a região é grande, porque Xangai e eu, uma, duas vezes já pegamos o carro e saímos por ai, viajamos um mês, cantando em várias cidades. Gosto da cultura baiana, principalmente porque aqui tem um grande contador de histórias do Brasil, que é o Elomar.
R.I - Recentemente Xangai esteve em Caetité onde apresentou um concorrido show ao lado de Waldick Soriano, o que você acha desta parceria, onde estilos tão diferentes têm o poder de aglomerar multidões?
R.T - Waldick Soriano é um grande compositor, as músicas dele são muito bem feitas, ele é uma grande estrela, é um cara que achou o jeito dele e é inimitável. Só existe um Waldick, e o próprio Xangai que é um dos melhores cantores do Brasil, cantando aquelas coisas de Orlando Dias, aquelas músicas que tocam no coração, é um espetáculo empolgante, esse é o grande barato da música brasileira, algumas combinações que são mágicas, que ajudam a gente a se chegar mais... pena que ficou por aqui. Eu disse Xangai, tem que rodar o Brasil, o Brasil tem que ver isso, eu acho que é uma pena que tenha ficado só por aqui, pois é uma parceria maravilhosa.
R.I - Existem parcerias que você gostaria de destacar e outras que gostaria de firmar?
R.T - Olha, eu venho realizando meus sonhos, eu já fiz com Pena Branca e Xavantinho, fiz disco com Zé Geraldo, Natan Marques, fiz um disco com Rolando Boldrin, fiz um disco, que é de todos os meus discos é o disco mais bonito que eu fiz, uma ao vivo com Xangai, um disco lindo gravado em São Paulo, no Centro Cultural Vergueiro. Agora, eu tenho um sonho, um sonho que em breve, eu acho que vou vai realizar que é fazer alguma coisa junto com o Elomar. Não vamos gravar disco, mas fazer alguma coisa juntos, nós dois. O Elomar quer fazer uma coisa assim dentro de uma Igreja que não tenha nada pra gravar, pra filmar.. não pode nada, quem viu, viu...
R.I - No início da nossa entrevista você citou a música como a grande responsável pela alegria de conhecer o Brasil e sua cultura, que outros prazeres a música lhe trouxe?
R.T - A música me deu muitos prazeres na vida, ser amigo de Gonzagão, de conhecer e ser lançado por Elis Regina participar de momentos importantes na história da cultura da música brasileira, como foi o Tropicalismo. E a oportunidade de poder mexer com a música da cultura caipira, que é da região de onde eu venho que é muito expressiva, muito representativa, que se vê no Brasil todo tem programas sobre eles, divulgado no centro-oeste, sudeste brasileiro, onde ela é muito forte, depois ramifica no sertanejo, com Zezé de Camargo, com Chiitãozinho e Xororó, esse pessoal todo e essa tendência minha que eu o Almir Satter, o Sérgio Reis pratica um pouco também, que seria o folk brasileiro.. canção que dá seqüência à aquela tradicional, velha e boa música caipira que encerrou seu ciclo no final dos anos 60, começo dos anos 70, e que precisava ser revigorada, precisava voltar a fazer parte do repertório nacional, de uma forma moderna e contemporânea.

Nenhum comentário: