quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Escrava do meu cabelo

Sou escrava dos meus cabelos desde que me entendo por gente. Ainda criança, a minha mãe fazia cachinhos nas minhas loiras madeixas - natural, claro, e eu ficava encantada com a minha própria imagem de refletida no espelho. Então veio a adolescência enfatizando a vaidade e,em nome dela, vaidade e paixão, passei a dormir todas as noites (ou a tentar fazê-lo)com rolos, mesmo que os grampos me espetassem como uma coroa de espinhos e que a minha avó dissesse que eu ia acabar careca.
Era uma verdadeira tortura que eu suportava contanto que os cabelos ficassem cacheados com uma farta e encaracolada franja em cima dos olhos.
Depois veio a moda dos cabelos lisérrimos, hora de escova-los e depois fazer uma touca para que não armassem. Repetia todas as semanas o mesmo ritual, tudo em nome da moda, da vaidade e da escravidão capilar.
Já tive cabelos loiros, castanhos, chocolate, e pasme: negros!!! O que me causou uma noite insone e a ordem à cabeleireira que devolvesse a minha loirice. Já tive cabelos lisos, encaracolados, curtos, com franjinha, sem franjinha, em suma, de tudo um pouco. Já até aderi a moda hippie para adotar os cachos e não parecer careta. Mas me achava horrível! Gostava da bata indiana, da calça boca-de-sino, mas dos cabelos ondulados, forçava a barra pra tolerar.
Até que chegou a fase pós-moderna (graças a Deus!), quando cada um usa a moda que lhe fica melhor, do jeito que lhe der na telha, numa gama de escolhas que vai da década de 20 ao século 21, deixei de lado a fase camaleônica e há muito tempo dou fiel ao mesmo corte, a mesma cabeleireira, a mesma marca de shampoo e tintura. Mas andei pensando... não seria hora de mudar? Se me der coragem farei uma visitinha ao salão de beleza e não estranhe se amanhã essa loira que posta tal comentário não se transfome numa ruiva nada discreta. Rsssssss...

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