domingo, 14 de setembro de 2008

Odeio domingo

Não adianta, não consigo gostar do domingo. Tem coisa mais entediante que final de tarde no domingo? Não, não tem. O domingo é a prévia da segunda feira corrida, da semana atarefadíssima que se aproxima e isso me deixa angustiada, chata mesmo. Por isso, comungo aqui da mesma idéia de Fernando Martins, afinal, quem é que fica domingo em casa, burguesamente, desperdiçando a vida em momentos sem sentido?

Odeio Domingo

Todo dia da semana
É vazio e soa falso
Mas o que não mais me engana
É que caminho ao encalço
Do dia final - que eu xingo,
Com claro e preciso intento
É vil e torpe o domingo
Como um verme pestilento

Eu odeio os domingos
Eu odeio o domingo

Nas ruas, a multidão
Caminha num passo incerto
Vão todos na contra-mão
Rindo por obrigação
Felizes, por ter bem perto
O ócio da redenção
Contra isso é que me vingo
Clamando contra o domingo.

Eu odeio os domingos
Eu odeio o domingo

E todo honesto burguês
Que paga as contas do mês
E aquele que paga não
Mas posa de cidadão
Vão todos juntos pra missa
Bocejando de preguiça

É uma bermuda novinha
Que faz bem a quem caminha.

E a auto-satisfação
A medíocre aspiração
Implacável, num respingo,
Atinge todo o domingo.

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