terça-feira, 10 de julho de 2007

Aquarela


Hoje amanhecí cantarolando uma velha canção...


Eu sou o que me pede o coração
Na hora que a saudade me desperta
E me deixa sem razão
Desenho o teu rosto na paisagem
Na face escura da cidade
Te contemplo com a mesma paixão
Como se o último beijo
Fosse o primeiro
Como um romance, um cinema
Assisto ao drama impossível
Sem querer me entregar
A vertigem de perder-te
Te foste como as cores
De uma velha aquarela
Deixaste tantas sombras
Samambaias na janela
Que na lembrança ainda me refazem
Me devolvem teu perfume
Se o passado é tão presente
Em cada instante, cada cena
Não é passado
É somente minha
vida que estancou
E como louca ouço valsasNoites,
beijos na varanda
Tua voz dizer-me coisas
És um soneto antigo.

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