quinta-feira, 19 de julho de 2007

Esvaziando gavetas


Revirando a gaveta na intenção de encontrar uns documentos dei de cara com meu passado. Cartas recebidas, fotos, cartões, extratos bancários, até aquelas antigas passagens aéreas de um passeio antigo e uma carta que nunca enviei.
É espantoso a capacidade que temos de acumular objetos como se através deles pudéssemos reter as recordações.
Certos objetos entulham nossos espaços físicos ,assim como certos sentimentos poluem nossa alma , não dando lugar para coisas novas e não deixando nascerem e florescerem sentimentos bons. Por isso sentí a necessidade de fazer uma faxina na minha gaveta e ao mesmo tempo na alma. É difícil jogar coisas fora, mas temos que aprender a fazer isso. Tudo aquilo que guardamos em excesso, acaba pesando. Então, joguemos esta carga fora, as pessoas, carreguemos em nossos corações. Mas somente aquelas que deixaram sua passagem marcada por flores, delicadezas, carinho e ternura. Aquelas outras que deixaram marcas gravadas à fogo, melhor jogarmos no cesto junto com todas as desnecessárias coisas da nossa gaveta. A dor passa. Como tudo, passa. Então, aproveitemos para nos despojarmos das dores, das mágoas, da raiva, para conseguirmos chegar ao perdão, ou para nos livrarmos de culpas.
Aí poderemos recomeçar , como cada dia recomeça, único, cheio de esperança , mesmo que chova, porque a chuva faz brotar as sementes de uma nova vida.

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